EUA rebaixado pela Moody’s: saiba o que é a nota “AAA”, entenda o impacto e os riscos globais

EUA rebaixado pela Moody’s de Aaa para Aa1. Veja impactos econômicos, riscos globais e como isso afeta o dólar e os mercados.
EUA rebaixado

O rating dos Estados Unidos foi rebaixado pela Moody’s, retirando a última nota “Aaa” que o país detinha entre as três principais agências de risco do mundo. Agora, o status de EUA rebaixado passa a ter implicações que vão muito além da nota em si, refletindo uma mudança simbólica e prática sobre a confiança na maior economia do planeta.

O que significa a nota “Aaa”?

A nota “Aaa” representa o mais alto grau de segurança de crédito. Trata-se de uma classificação atribuída por agências como Moody’s, S&P Global e Fitch a emissores considerados como tendo risco praticamente nulo de inadimplência. Com os EUA rebaixado, essa classificação de excelência foi reduzida para “Aa1” pela Moody’s, alinhando-se agora ao rating da S&P (rebaixamento feito em 2011) e da Fitch (em 2023). Apesar de ainda representar um grau de investimento alto, o rebaixamento simboliza o crescente receio com relação à saúde fiscal americana e à capacidade de gestão da dívida no longo prazo.

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Por que os EUA foram rebaixados?

A decisão da Moody’s de rebaixar os EUA se baseou em três pilares principais. O primeiro é o aumento substancial da dívida pública, que hoje supera os US$ 36 trilhões. Os pagamentos de juros chegaram a US$ 880 bilhões no último ano fiscal, superando inclusive os gastos com defesa. O segundo fator é o impacto das taxas de juros elevadas mantidas pelo Federal Reserve, atualmente entre 4,25% e 4,5%, que aumentam significativamente o custo de financiamento do governo. Por fim, destaca-se a ausência de uma política fiscal eficaz e sustentável. Desde 2001, os EUA operam com déficits contínuos, sem medidas estruturantes para equilibrar receitas e despesas. O envelhecimento da população, os desafios climáticos e os gastos com defesa também pressionam a trajetória fiscal.

Impactos econômicos do rebaixamento

Ver os EUA rebaixado não implica em inadimplência imediata, mas eleva a percepção de risco entre os investidores. Isso tende a aumentar os rendimentos dos títulos do Tesouro, elevar o custo de financiamento para empresas e consumidores e reduzir o apetite global por ativos denominados em dólar. Além disso, questiona-se a continuidade do dólar como moeda de reserva internacional, embora esse efeito deva ocorrer de forma lenta e gradual.

Quem ainda possui nota “Aaa”?

Com os EUA rebaixado, apenas 11 países mantêm a nota “Aaa” pelas três principais agências. Entre eles estão Alemanha, Suíça, Holanda, Austrália, Cingapura, Canadá, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Liechtenstein. Esses países representam menos de 11% do PIB global, número inferior aos mais de 15 países com nota máxima antes da crise financeira de 2008.

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Reação dos mercados financeiros

O impacto nos mercados foi imediato. Os títulos do Tesouro de 30 anos subiram para 5,02% ao ano, enquanto os de 10 anos foram a 4,55%. Houve queda nos mercados acionários, com aumento da aversão ao risco. Em contrapartida, ativos como ouro e bitcoin ganharam força, com muitos analistas destacando o crescente apelo desses instrumentos como proteção contra desvalorização da moeda e instabilidade fiscal.

Como o rebaixamento afeta o dólar?

Embora o dólar ainda mantenha sua predominância global, o fato de os EUA terem sido rebaixados pode acelerar a diversificação de reservas internacionais. Bancos centrais ao redor do mundo já vêm ampliando a exposição a outras moedas e ao ouro. A credibilidade do dólar continua alta, mas a confiança cega em sua estabilidade começa a ser questionada.

O papel das agências de rating

As agências de classificação de risco, como Moody’s, Fitch e S&P Global, avaliam a capacidade de pagamento de emissores de dívida, sejam eles países ou empresas. Suas notas influenciam diretamente o custo de captação desses emissores. A escala vai de “Aaa” até “D”, sendo esta última para emissores inadimplentes. Uma classificação mais baixa implica em maior risco percebido pelos investidores e, consequentemente, taxas de juros mais altas para novos empréstimos.

O que esperar daqui para frente?

Com os EUA rebaixado, cresce a pressão sobre o governo americano para implementar uma política fiscal mais responsável. O aumento contínuo da dívida, somado ao alto custo de financiamento, reduz a margem de manobra para investimentos públicos e políticas anticíclicas. Por outro lado, o status de moeda de reserva do dólar ainda oferece um colchão de segurança importante. No entanto, esse colchão pode se desgastar com o tempo, especialmente se a trajetória de endividamento não for revertida.

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EUA rebaixado pela Moody´s

O rebaixamento dos EUA pela Moody’s é um sinal de alerta para a economia global. Ele mostra que nem mesmo a maior economia do mundo está imune aos efeitos de um descontrole fiscal persistente. Para os investidores, trata-se de um chamado à diversificação e à cautela. Para os governos, uma advertência clara de que credibilidade e responsabilidade fiscal continuam sendo ativos valiosos. A confirmação de que os EUA foram rebaixados é, portanto, mais do que simbólica: é uma mudança estrutural na percepção de risco do mundo atual.

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