Os resultados do 1T25 da JBS revelaram um desempenho sólido e dentro das expectativas do mercado, com lucro líquido de R$ 2,9 bilhões, crescimento de 37% em relação ao mesmo período de 2024. O EBITDA ajustado somou R$ 8,9 bilhões, avanço anual de 39%, enquanto a receita líquida atingiu R$ 114 bilhões, crescendo 28% na base anual. O fluxo de caixa operacional ficou negativo em R$ 4,9 bilhões, refletindo o perfil sazonal do primeiro trimestre e o pagamento de tributos.
Segmentos de aves e suínos sustentam resultados do 1T25 da JBS
Os principais vetores positivos nos resultados do 1T25 da JBS vieram novamente dos segmentos de aves e suínos, que responderam por quase toda a expansão do EBITDA. A unidade Seara foi destaque absoluto, com receita de R$ 12,5 bilhões (+22% a/a), fortemente impulsionada pelas exportações, e margem EBITDA de 19,8%, a maior para um primeiro trimestre. Esse resultado superou em 220bps a estimativa de analistas e ficou 820bps acima do 1T24.
O segmento de suínos nos EUA também apresentou desempenho consistente, com EBITDA IFRS de R$ 1,5 bilhão, crescimento de 48% na comparação anual e margem de 12%. Na Austrália, a JBS também registrou bons números, com margem EBITDA de 10%, beneficiada pela demanda externa, especialmente dos EUA.
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Pressão continua no setor de bovinos
Enquanto os segmentos de aves e suínos sustentaram os resultados do 1T25 da JBS, o desempenho dos negócios de bovinos segue pressionado. Nos EUA, a margem EBITDA foi negativa em 1,6%, a mais baixa em quase uma década, ficando 80bps abaixo da estimativa dos analistas. No Brasil, a margem foi de 4%, também abaixo do esperado. A redução na disponibilidade de gado e a menor competitividade nos preços internacionais impactaram negativamente esses números.
Apesar disso, a gestão da companhia reforçou seu compromisso com a diversificação das operações, que permitiu mitigar os impactos negativos da carne bovina com os ganhos nos segmentos mais resilientes.
Resultados do 1T25 da JBS mostram controle financeiro e melhora no lucro
O lucro líquido de R$ 2,9 bilhões ficou 37% acima das projeções de mercado, graças à menor despesa financeira líquida. O trimestre foi marcado por forte volatilidade cambial, o que beneficiou algumas operações e gerou ganhos financeiros extraordinários. Esse resultado evidencia a capacidade da JBS de manter controle sobre seu endividamento mesmo em ambientes macroeconômicos adversos.
Apesar do resultado positivo no lucro, o fluxo de caixa foi negativo em R$ 4,9 bilhões, um movimento sazonal típico do primeiro trimestre, causado principalmente por aumento no capital de giro e pagamentos de tributos. Esse fator já é usualmente observado nos primeiros trimestres do ano e não altera a avaliação geral positiva dos resultados do 1T25 da JBS.
Valuation e múltiplos sugerem espaço para valorização
Os resultados do 1T25 da JBS também reforçam a tese de que a ação continua negociada a múltiplos atrativos. A empresa está precificada a 5,4x EV/EBITDA 2025, abaixo de concorrentes internacionais como Tyson Foods (7,6x) e sua subsidiária Pilgrim’s (6,8x). A recente aprovação regulatória para listagem nos EUA abre caminho para uma potencial reavaliação, o que poderia destravar valor significativo para os acionistas.
Segundo analistas, cada incremento de 1x no múltiplo EV/EBITDA representa uma valorização potencial de aproximadamente 40% na ação. Por isso, a JBS segue sendo a única recomendação de compra entre as empresas do setor de proteínas. Essa perspectiva torna os resultados do 1T25 da JBS ainda mais relevantes para os investidores atentos ao potencial de valorização de longo prazo.
Expectativas para os próximos trimestres
Com base nos resultados do 1T25 da JBS, o cenário para os trimestres seguintes é de atenção às margens dos segmentos de frango e suíno, que tendem a convergir para patamares históricos. Apesar disso, a empresa segue demonstrando forte execução operacional, disciplina na alocação de capital e diversificação geográfica que reduz a exposição a riscos específicos de mercado.
O desempenho da Seara, os investimentos contínuos na Austrália e nos EUA e a adaptação a cenários voláteis reforçam a resiliência do modelo de negócios. A listagem nos EUA também poderá ampliar a visibilidade e atratividade das ações da companhia. A capacidade de adaptação da JBS a diferentes ciclos do mercado de proteínas animais se mantém como um de seus principais diferenciais competitivos.
Os investidores devem acompanhar de perto os desdobramentos da listagem nos EUA e as decisões estratégicas em relação ao mercado de carnes nos EUA e Brasil. A gestão reforçou que manterá foco em eficiência operacional, sustentabilidade e geração de valor para os acionistas.
Em resumo, os resultados do 1T25 da JBS confirmam a solidez da empresa em meio aos desafios do setor e reforçam a perspectiva positiva para o restante do ano.