A estabilidade na inflação no atacado do Japão em dezembro, em comparação com o ano anterior, marca o 12º mês consecutivo de desaceleração, reforçando a perspectiva do banco central de que a pressão de custos decorrente do aumento nos preços das matérias-primas diminuirá de maneira consistente.
Os dados sugerem que os aumentos na inflação ao consumidor serão moderados nos meses seguintes, aliviando a pressão sobre o Banco do Japão (BOJ) para reduzir gradualmente seu considerável estímulo monetário em um futuro próximo.
O índice de preços de bens empresariais (CGPI), que avalia os preços que as empresas cobram entre si por bens e serviços, registrou uma estabilidade em dezembro, contrariando a previsão de uma queda de 0,3% do mercado. Esse resultado sucedeu um aumento de 0,3% em novembro e representa a menor taxa desde a queda de 0,9% em fevereiro de 2021, conforme dados divulgados pelo BOJ na terça-feira.
A desaceleração nos preços no atacado foi influenciada, em parte, pelos subsídios governamentais para reduzir os custos de gasolina e serviços públicos, que, combinados, contribuíram para uma redução de 0,9% na inflação no atacado, como explicou um funcionário do BOJ durante um briefing.
Em dezembro, os preços de produtos siderúrgicos, químicos e de madeira também diminuíram, indicando que a demanda global mais fraca por algumas matérias-primas estava impactando negativamente os custos para as empresas.
No entanto, aproximadamente 80% dos itens do índice registraram aumento de preços em comparação com os níveis do ano anterior, destacando a crescente pressão inflacionária que pode auxiliar o Banco do Japão a atingir sua meta de inflação de 2%.
Os dados sobre os preços no atacado, considerados um indicador significativo da inflação ao consumidor, estão entre os fatores que o Banco do Japão examina ao analisar as tendências mais amplas dos preços e ao determinar o momento adequado para abandonar a política monetária ultrafrouxa.
Na próxima revisão da taxa de juros, o BOJ provavelmente reduzirá sua previsão para o núcleo da inflação ao consumidor para o ano fiscal de 2024, mas manterá, em grande parte, sua visão de que a tendência inflacionária permanecerá próxima à meta de 2% nos próximos meses, de acordo com fontes consultadas pela Reuters.
O Governador do BOJ, Kazuo Ueda, enfatizou a importância de manter a política monetária ultrafrouxa até que os recentes aumentos de preços, impulsionados pelos custos, se transformem em uma inflação impulsionada mais pela robusta demanda interna, acompanhada por salários mais elevados.