A SLC Agrícola (SLCE3) encerrou o terceiro trimestre do ano com um lucro líquido de R$ 167,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 78,3 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou em 25,5%, atingindo R$ 491,9 milhões. Enquanto isso, a receita cresceu 21,8%, totalizando R$ 1,64 bilhão.
O resultado do trimestre reafirmou a estratégia da empresa em relação à produtividade, mesmo com uma redução no volume de fertilizantes nas lavouras. Ivo Brum, CFO da SLC Agrícola, mencionou que a empresa acreditava que havia um excedente de fertilizantes no solo, permitindo a redução de 20% no uso de fósforo e potássio para preservar as margens.
Confira o Calendário de Resultados do 3T 2023
Com a conclusão da colheita da safra 2022/23, a produtividade registrada pela empresa foi de 3.904 quilos por hectare na soja, representando uma queda de 1,8% em comparação com a safra anterior. No caso do algodão, houve um rendimento de 2.025 quilos por hectare (aumento de 7%), e para o milho, atingiu 7.666 quilos por hectare (crescimento de 22%).
O início do plantio do ciclo 2023/24, começando com a soja em setembro, viu a conclusão dos trabalhos em 71,3% dos 336,7 mil hectares que serão semeados até o final do ano.
O clima seco, devido ao El Niño, tem atrasado o plantio em toda a região do Centro-Oeste. A SLC está reduzindo em 3% a área dedicada à soja. Brum observa que atrasar o plantio da soja não é a principal preocupação, mas sim o plantio da segunda safra de milho.
A empresa anunciou uma redução de 24,8% na área destinada à segunda safra de milho para 103,4 mil hectares no ciclo 2023/24. No entanto, o fator crucial não é o clima, mas a baixa rentabilidade que o cereal oferece no mercado atual.
Em relação ao hedge, 45,8% da próxima safra de soja já tem o preço de venda garantido, a uma média de US$ 12,74 por bushel. Para o milho, 32,2% da produção está assegurada a US$ 8,12, enquanto 13,5% do algodão tem um preço garantido a 86,04 centavos de dólar por libra-peso.
Brum menciona que, para a soja e o milho, os níveis de hedge estão de acordo com o histórico da empresa. No entanto, para o algodão, estão um pouco atrasados devido à falta de liquidez encontrada no mercado.
Os importadores estão relutantes em antecipar as compras devido às incertezas na economia global. A empresa está antecipando uma potencial reação dos preços entre fevereiro e março, já que os valores atuais não são atraentes para os agricultores nos Estados Unidos. Se não houver essa reação do mercado até lá, pode haver uma redução na área plantada nos EUA em 2024, segundo a visão da SLC.