Os resultados do 1T25 do Bank of America (BAC), divulgados nesta quarta-feira (16), surpreenderam positivamente o mercado ao revelar uma performance acima das expectativas em múltiplas frentes. O banco reportou lucro líquido de US$ 7,4 bilhões, superando o consenso de analistas, que projetavam US$ 6,8 bilhões.
A receita líquida total do trimestre alcançou US$ 27,5 bilhões, crescimento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2024, e 2,2% acima da estimativa média de Wall Street.
Destaques operacionais dos resultados do 1T25 do Bank of America
A receita líquida de juros (NII) foi de US$ 14,6 bilhões, levemente acima das projeções (US$ 14,4 bi), enquanto a receita não relacionada a juros atingiu US$ 12,9 bilhões, superando o consenso em 2,4%.
Já o lucro por ação (LPA) diluído foi de US$ 0,91, surpreendendo positivamente os investidores ao superar os US$ 0,82 esperados — uma alta de 11,7% sobre a estimativa.
Esses números confirmam a tendência de recuperação gradual dos bancos de grande porte nos EUA, mesmo diante da pressão de um ambiente macroeconômico desafiador.
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Guidance reafirmado com viés de crescimento
Mesmo diante de um cenário de juros mais baixos, o Bank of America reafirmou seu guidance para o ano de 2025, com expectativa de crescimento entre 6% e 7% na NII. A projeção assume inclusive três cortes na taxa de juros básica dos EUA ao longo do ano, evidenciando a confiança da administração na sustentabilidade da margem financeira.
A meta de longo prazo para a margem líquida de juros (NIM) permanece em 2,3%, reforçando a estratégia da instituição de manter rentabilidade consistente mesmo com pressões externas.
Qualidade dos ativos e solidez de capital
Os resultados do 1T25 do Bank of America também destacaram a boa qualidade da carteira de crédito. As provisões para perdas com crédito totalizaram US$ 1,48 bilhão, em linha com o esperado, e as perdas líquidas caíram em comparação com o trimestre anterior. O banco reforçou sua postura conservadora, utilizando projeções que consideram um cenário de até 6% de desemprego nos modelos internos.
Além disso, o índice de capital CET1 ficou em 11,8%, acima do mínimo regulatório, o que sustenta os planos de reinvestimento e retorno de capital aos acionistas.
Eficiência operacional e rentabilidade
O índice de eficiência, um dos principais indicadores de performance operacional do setor bancário, ficou em 64,9%, superando as estimativas em 260 pontos-base. Isso se traduziu em melhores margens operacionais e sinaliza avanço no controle de despesas, mesmo com os investimentos contínuos em tecnologia e pessoal.
Os retornos sobre patrimônio (ROE) e sobre capital tangível (ROTCE) ficaram em 10,4% e 13,9%, respectivamente — ambos acima do esperado, reforçando a rentabilidade do banco em um contexto de normalização monetária.
Comparativo com o mesmo período de 2024
Indicador | 1T24 | 1T25 | Variação |
---|---|---|---|
Receita líquida (US$ bi) | 26,0 | 27,5 | +5,9% |
Lucro líquido (US$ bi) | 6,8 | 7,4 | +8,8% |
Receita líquida de juros (NII) | 13,7 | 14,6 | +6,6% |
ROE (%) | 9,7 | 10,4 | +0,7 p.p. |
ROTCE (%) | 12,5 | 13,9 | +1,4 p.p. |
Índice de eficiência (%) | 67,5 | 64,9 | -2,6 p.p. |
Segmentos de destaque no 1T25
Entre os setores de receita, os serviços de banco de investimento e trading apresentaram forte desempenho. As receitas com trading cresceram 9% na comparação anual, impulsionadas pela volatilidade de mercado. Já a área de wealth e private banking manteve crescimento estável com fluxo positivo de ativos sob gestão.
Esses segmentos não apenas contribuíram para o resultado positivo, como indicam que o Bank of America está diversificando suas fontes de receita, o que ajuda a mitigar riscos em momentos de maior instabilidade econômica.
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Expectativas para o restante de 2025
Os resultados do 1T25 do Bank of America elevaram o nível de confiança dos analistas para o desempenho dos próximos trimestres. Com a possível redução de juros pelo Fed, o banco poderá se beneficiar do aumento na demanda por crédito e do crescimento do consumo.
Além disso, o guidance otimista para a NII, aliado a indicadores de inadimplência sob controle e capital robusto, oferece um cenário favorável para continuidade da valorização das ações (BAC) nos próximos meses.