Nesta terça-feira, o Banco da Espanha divulgou uma atualização trimestral de suas perspectivas econômicas, revelando uma previsão mais otimista para o crescimento em 2024. Espera-se agora uma desaceleração menos acentuada a partir de 2023, impulsionada por um quarto trimestre robusto e pela mitigação do impacto negativo das políticas monetárias restritivas.
De acordo com o economista-chefe do Banco de Espanha, Angel Gavilan, os principais impulsionadores por trás dessa revisão positiva são os preços mais baixos da energia e a extensão parcial de medidas para lidar com a inflação.
A projeção para o crescimento econômico deste ano foi ajustada para 1,9%, ligeiramente acima da previsão anterior de 1,6% e mais alinhada com a estimativa do governo, que é de 2%. No ano passado, a economia espanhola cresceu 2,5%.
Para o primeiro trimestre, o banco central prevê uma desaceleração do crescimento trimestral para 0,4%, em comparação com os 0,6% registrados nos três meses anteriores, principalmente devido a uma diminuição no consumo privado.
As previsões para 2025 e 2026 permanecem inalteradas, com um crescimento projetado de 1,9% e 1,7%, respectivamente.
Apesar da recente moderação no crescimento, a produção espanhola ainda está consideravelmente acima da média da zona do euro para 2024, estimada em 0,6% pelo Banco Central Europeu.
Gavilan destacou o papel dos trabalhadores estrangeiros no mercado de trabalho e o aumento da utilização dos fundos de auxílio europeus como fatores impulsionadores da economia espanhola, especialmente nos próximos anos.
Em relação à inflação, prevê-se uma redução para 2,7% em 2024, descendo de 3,4% em 2023. Espera-se ainda uma queda adicional para 1,9% e 1,7% nos dois anos subsequentes, impulsionada por uma desaceleração nos preços dos alimentos e da inflação subjacente.
Quanto ao desemprego, o Banco Central espera uma diminuição para 11,6% em 2024 e 11,3% em 2026, em comparação com os 12,1% de 2023.
No campo fiscal, prevê-se uma redução do déficit orçamentário para 3,5% este ano, abaixo dos 3,8% de 2023, mantendo-se nesse nível nos próximos dois anos.
Para cumprir a recomendação da UE de limitar o crescimento nominal das despesas a 2,6% até 2024, podem ser necessários ajustes adicionais nas despesas ou aumentos nas receitas, afirmou o Banco da Espanha.