Sabe aquele papo que a gente escuta sobre “ajustar as contas do governo”? Pois é. Ele está mais atual do que nunca. O Fundo Monetário Internacional (FMI) jogou luz sobre um dado que assusta: a Dívida pública do Brasil pode ser a 15ª maior do mundo. E isso, meu amigo leitor, não é só número técnico — é um reflexo direto da forma como o país está lidando com seu dinheiro. O seu, o meu, o nosso.
Segundo o relatório mais recente do FMI, o Brasil deve saltar 20 posições em relação a 2021 no ranking global de endividamento, alcançando um patamar inédito no século. Isso significa que nossa dívida pública pode chegar perto de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) — ou seja, tudo o que o país produz em um ano. Imagine dever tudo o que você ganha em 12 meses. Complicado, não?
Antes de tudo: o que é a dívida pública do Brasil?
Vamos descomplicar: a Dívida pública do Brasil é, basicamente, o que o governo pega emprestado para pagar contas quando gasta mais do que arrecada. É como se fosse um cheque especial da União. Essa dívida pode ser interna (com bancos e investidores locais) ou externa (com organismos internacionais e fundos estrangeiros).
O problema é que, quando essa dívida cresce demais, o governo gasta mais com juros e sobra menos para investir em saúde, educação, infraestrutura e programas sociais. Além disso, quem empresta dinheiro ao Brasil começa a pedir taxas mais altas, já que o risco de calote aumenta.
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Por que estamos nessa rota perigosa?
O principal motor dessa escalada da dívida é o déficit fiscal — o famoso rombo nas contas públicas. Ano após ano, o governo gasta mais do que arrecada. E aí, para fechar as contas, precisa recorrer a novos empréstimos. Só que agora, com juros altos e crescimento econômico baixo, essa conta sai cada vez mais cara.
Além disso, há uma pressão permanente por mais gastos: seja para manter programas sociais, seja para investimentos em infraestrutura ou demandas do funcionalismo. Sem uma mudança profunda na estrutura de gastos e receitas, a tendência é que essa bola de neve só aumente.
Desemprego em alta piora o quadro
A cereja do bolo fiscal é o desemprego. Dados do IBGE mostram que a taxa subiu para 7% no primeiro trimestre de 2025, ante 6,2% no fim de 2024. Mais gente desempregada significa menos consumo, menos arrecadação e mais gastos com auxílio. Ou seja: mais pressão sobre as contas públicas.
Quando a economia desacelera, o governo arrecada menos impostos. E com menos dinheiro entrando no caixa, controlar a dívida vira um desafio ainda maior.
O que tudo isso significa na prática?
Se o Brasil se tornar um dos países mais endividados do planeta, o impacto é real — e sentido no bolso de todos. Pode ter mais inflação, juros mais altos, dólar mais caro, menos crédito, menos investimentos e até cortes em serviços públicos.
Além disso, o mercado passa a olhar para o Brasil com desconfiança. Investidores internacionais fogem, o real perde valor, e quem mais sofre é a população, principalmente os mais pobres.
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Dá pra evitar esse cenário?
Dá, sim. Mas exige decisões duras e vontade política. É preciso aprovar reformas estruturais, como a administrativa (para reduzir o peso da máquina pública) e a tributária (para tornar o sistema mais justo e eficiente). Também é necessário rever subsídios e gastos ineficientes, além de criar uma regra fiscal sólida e respeitada.
O problema é que essas reformas enfrentam resistências — de setores privilegiados, de políticos que pensam no curto prazo e até de parte da sociedade que teme perder benefícios.
Não é só uma questão técnica — é o futuro em jogo
Quando falamos de dívida pública do Brasil, não estamos falando de algo distante, reservado aos economistas de terno e gravata. Estamos falando do seu acesso à saúde, da qualidade da educação dos seus filhos, das estradas por onde você passa, da segurança pública, dos programas sociais que ajudam milhões de famílias.
Se não cuidarmos das contas do país agora, vamos pagar caro lá na frente — e não só com dinheiro, mas com qualidade de vida.
Eis a íntegra (Baixar PDF)