O agronegócio em 2025 promete ser um dos grandes motores da economia brasileira, especialmente em meio à intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Segundo Jean Miranda, analista do BTG Pactual, o cenário que se desenha para o agro brasileiro é bastante parecido com o vivido durante o primeiro mandato de Donald Trump, em 2018.
Em entrevista ao programa “Giro do Mercado”, Miranda destacou que, na época, o Brasil aproveitou a perda de competitividade dos EUA no mercado de soja chinês para ampliar sua participação. E agora, com o novo tarifaço de Trump afetando novamente as relações comerciais, a expectativa é de que o agronegócio em 2025 siga beneficiado.
Impactos da guerra comercial no agronegócio em 2025
A análise do BTG aponta que o agronegócio em 2025 terá como protagonistas a soja e as proteínas animais, especialmente frango e suínos. Segundo Miranda, o momento já era favorável antes mesmo do acirramento comercial, e a tendência é que os resultados financeiros das empresas do setor no primeiro trimestre de 2025 (1T25) sejam bastante positivos.
Contudo, ele alerta para oscilações no mercado de capitais. Empresas como a Minerva (BEEF3), por exemplo, registraram queda superior a 4% no Ibovespa na segunda-feira (28/04), refletindo preocupações de investidores sobre o direcionamento do caixa.
“Existe um sentimento no mercado de que se a empresa gera caixa, ela precisa retornar esse recurso para o acionista de forma clara. Quando o foco é apenas investimento de longo prazo, o investidor tende a penalizar”, explica Miranda.
Tabela de destaque do agronegócio em 2025 segundo BTG:
Produto | Expectativa para 2025 |
---|---|
Soja | Maior participação no mercado chinês |
Frango | Expansão de mercados internacionais |
Suínos | Aumento de exportações |
Frigoríficos (ex.: Minerva) | Pressão sobre distribuição de lucros |
O papel da Agrishow para o agronegócio em 2025
Outro fator de destaque nesta semana é a Agrishow, maior feira do setor agropecuário no Brasil. O evento, que reúne produtores, empresas e investidores, deve consolidar as tendências e expectativas para o agronegócio em 2025, principalmente no que diz respeito à inovação tecnológica e às estratégias de ampliação de mercado.
O BTG Pactual ressalta que a Agrishow 2025 será uma vitrine não apenas de novas tecnologias agrícolas, mas também de soluções para expandir a competitividade brasileira em meio ao cenário internacional desafiador.
Semana agitada no Brasil e nos EUA
Além dos movimentos no agronegócio em 2025, a semana será movimentada nos mercados. No Brasil, empresas como Gerdau (GGBR4), Santander (SANB11) e WEG (WEGE3) divulgam seus resultados trimestrais. Nos Estados Unidos, a atenção estará voltada para os balanços de gigantes como Amazon, Apple, Meta e Microsoft, além da divulgação de dados de PIB, inflação e mercado de trabalho.
Esses eventos globais poderão ter efeitos indiretos no agronegócio em 2025, já que influenciam o câmbio e o apetite por risco nos mercados emergentes.
Perspectivas para a Selic e juros nos EUA
A próxima semana será decisiva para a política monetária. O Copom (Comitê de Política Monetária) no Brasil e o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) nos EUA devem definir os novos rumos para as taxas de juros.
Segundo Miranda, as decisões sobre a Selic e os juros americanos podem impactar diretamente o custo de financiamento para o agronegócio em 2025, afetando a capacidade de expansão e modernização do setor.
“Taxas de juros mais baixas no Brasil são essenciais para manter a competitividade do agro”, reforça o analista do BTG.
Otimismo cauteloso para o agronegócio em 2025
Embora o cenário atual ofereça muitas oportunidades, o agronegócio em 2025 também terá desafios pela frente, como a necessidade de diversificar mercados e lidar com eventuais oscilações de demanda global.
Com a guerra comercial em andamento, o Brasil deve continuar se posicionando como fornecedor estratégico de alimentos e commodities. Porém, a estratégia das empresas e a política econômica serão fundamentais para maximizar os ganhos no longo prazo.