As ações da Usiminas (USIM5) registraram quedas expressivas nesta terça-feira (17), despencando mais de 5% desde o início do pregão. O movimento refletiu o rebaixamento da recomendação pela equipe de análise do Itaú BBA, que elevou para neutra (market perform), divergindo da avaliação anteriormente positiva.
Queda acentuada no pregão
Logo nos primeiros minutos, os papéis da Usiminas chegaram a recuar mais de 6%, ativando o leilão automático por oscilação máxima da B3. Posteriormente, por volta das 11h, as ações operavam a R$ 4,67, uma queda de cerca de 5,27%. A volatilidade reforça o impacto imediato do rebaixamento por parte do Itaú BBA.
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Principais fatores de pressão
Segundo o relatório divulgado pela equipe liderada por Daniel Sasson, o rebaixamento se justifica por vários motivos:
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Deterioração acelerada dos preços do aço plano no Brasil, com queda de aproximadamente 14% desde março.
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Perspectiva de evolução negativa de custos, dificultando a rentabilidade da companhia.
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Redução das estimativas para o Ebitda consolidado em 2025 para R$ 2 bilhões — 33% abaixo da projeção anterior.
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Alavancagem operacional elevada no segmento de aço, tornando os resultados sensíveis a alterações de preço e custo.
Ebitda e fluxo de caixa doméstico
O Itaú BBA revisou para baixo a perspectiva de geração de caixa da Usiminas. A estimativa de Ebitda mostra queda de cerca de 30% em comparação ao trimestre anterior, impactada principalmente pela divisão de aço. O banco também ressalta que o fluxo de caixa livre (FCF) da empresa deverá permanecer estável entre 2025 e 2026 — o que, em sua visão, torna a ação menos atrativa.
Valuation e múltiplos atrativos
A análise indica que, apesar da aparente estabilidade do FCF, o valor de mercado da Usiminas não está oferecendo desconto significativo em relação à dívida líquida. O múltiplo EV/tonelada da Usiminas está em R$ 1.115, cerca de 30–50% abaixo das médias de 2 e 10 anos — indicando, segundo os analistas, ausência de catalisador positivo no curto prazo.
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Ainda vale a pena comprar ações da Usiminas?
O Itaú BBA mantém o preço-alvo para USIM5 em R$ 5,90, o que representa um potencial de valorização de aproximadamente 20% em relação ao fechamento da véspera. Ainda assim, a recomendação neutra sugere cautela, enquanto os preços do aço permanecem pressionados.
Perspectivas e gatilhos futuros
Os analistas do banco avaliam que os múltiplos atualizados da empresa refletem as expectativas deprimidas para o setor. Além disso, destacam que não há gatilhos claros que sustentem uma recuperação relevante no curto prazo: a estabilização ou recuperação dos preços do aço e controle de custos operacionais são condições essenciais para uma nova reavaliação.