O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou uma contração de 1,5% no último trimestre de 2023 em comparação com o ano anterior, conforme revelou uma pesquisa conduzida pela Reuters. Esse declínio marca o terceiro ano consecutivo de contração econômica, com praticamente todos os setores da economia sofrendo impacto.
No ano passado, o país sul-americano experimentou uma contração de aproximadamente 1,6%, e os analistas preveem que essa tendência continuará este ano. O novo presidente, Javier Milei, enfrenta o desafio de combater a alta inflação e um profundo déficit por meio de medidas de austeridade rigorosas.
Embora essas medidas tenham ajudado a estabilizar a situação financeira do governo e mostrado sinais de controle nos preços, elas também resultaram em uma desaceleração na atividade econômica, na produção e no consumo.
Pablo Besmedrisnik, economista e diretor da empresa de consultoria Invenomica, observou que a maioria dos setores econômicos está experimentando uma intensificação na contração, especialmente aqueles relacionados ao consumo. Ele apontou que os setores primários e transacionáveis, como agricultura e energia, são exceções em meio a esse contexto desafiador.
A política fiscal restritiva, a instabilidade nos preços e os baixos salários e pensões contribuem para aprofundar a queda na atividade econômica, segundo Besmedrisnik.
Os analistas consultados pela Reuters estimaram que a contração econômica no último trimestre de 2023 ficou entre 1,1% e 1,8%. A Argentina, como a terceira maior economia da América Latina, enfrentou uma queda de 0,8% no terceiro trimestre do ano passado e uma contração significativa de 5,0% no segundo trimestre.
Os dados oficiais do quarto trimestre serão divulgados pela agência oficial de estatísticas INDEC na quinta-feira.