De acordo com cálculos da Reuters baseados em dados do Ministério das Finanças divulgados nesta quarta-feira, a receita fiscal da China aumentou 2,6% em outubro em relação ao mesmo mês do ano anterior, revertendo a queda de 1,3% registrada em setembro. Esse crescimento mensal representa o primeiro desde julho.
Embora os números indiquem uma recuperação econômica, outros dados divulgados hoje apontam para um cenário desequilibrado. O crescimento da produção industrial e das vendas no varejo em outubro superaram as expectativas, mas os dados sobre propriedades e investimentos ficaram aquém do esperado.
Nos primeiros 10 meses do ano, a receita fiscal totalizou 18,75 trilhões de yuan (US$ 2,59 trilhões), um aumento de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas desacelerando em comparação com o aumento de 8,9% de janeiro a setembro, conforme indicam os dados do ministério.
Os gastos fiscais aumentaram 4,6%, atingindo 21,57 trilhões de yuan nos primeiros 10 meses em comparação com o ano anterior. Apenas em outubro, os gastos fiscais registraram um aumento de 11,9%, em comparação com os 5,2% de setembro.
Após um início difícil no ano, há otimismo em relação às perspectivas econômicas da China, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevando suas previsões de crescimento para 2023 e 2024. Isso ocorre após Pequim aprovar uma emissão de títulos soberanos de 1 trilhão de yuan e permitir que os governos locais antecipem parcialmente suas cotas de títulos para 2024.
Os esforços para fortalecer o setor imobiliário, que tem sido um grande obstáculo para a recuperação econômica e a confiança do consumidor, estão em andamento. A Bloomberg News relata que a China planeja fornecer pelo menos 1 trilhão de yuan em financiamento de baixo custo para a renovação de vilas urbanas e programas de habitação acessível.
No entanto, persistem preocupações sobre quanto tempo levará para que a economia se recupere completamente. As exportações diminuíram mais rapidamente no mês passado, o endividamento das famílias permaneceu fraco, os preços ao consumidor caíram, enquanto a deflação industrial persistiu.