Mesmo com a escalada da tensão entre Irã e Estados Unidos, o petróleo cai nesta segunda-feira (23), contrariando o comportamento esperado do mercado. O Irã retaliou o ataque americano de sábado e lançou 11 mísseis contra bases militares dos EUA em Doha, capital do Catar. Apesar disso, o mercado reagiu com ceticismo e os contratos futuros do petróleo Brent e WTI caem mais de 6% até o meio da tarde.
📘 Descubra como alavancar seu patrimônio sem juros. Baixe o guia grátis!
No fim de semana, a expectativa era de que qualquer ataque iraniano poderia intensificar os riscos geopolíticos e comprometer a oferta global da commodity. Esse temor elevou o preço do petróleo em 5,7%, alcançando o maior patamar em cinco meses. No entanto, a ausência de surpresas e a falta de impacto direto na produção reverteram esse movimento de alta.
Petróleo cai por ausência de impacto real
O que ajuda a explicar por que o petróleo cai é o fato de o ataque iraniano ter sido considerado simbólico. Os mísseis lançados foram interceptados, não houve vítimas registradas e tudo indica que houve uma coordenação prévia com o Catar. A ação do Irã pareceu mais uma demonstração de força política do que uma tentativa de aumentar a tensão militar.
Outro ponto importante é que o tão temido fechamento do Estreito de Ormuz — por onde passa 20% do petróleo mundial — ainda não ocorreu. Apesar do Parlamento iraniano ter aprovado uma proposta de bloqueio da rota, a medida ainda depende do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Ali Khamenei.
💰 Descubra as ações que vão pagar os melhores dividendos em 2025. Baixe o relatório agora!
Risco geopolítico controlado
Analistas consideram que o ataque teve um tom “controlado”. O número de mísseis lançados foi o mesmo usado pelos EUA anteriormente, e tudo aponta para uma retaliação planejada para não escalar o conflito. Essa postura sugere que o Irã busca evitar uma guerra aberta e prefere manter o petróleo como trunfo estratégico.
Além disso, o Irã teria buscado apoio da Rússia antes de qualquer decisão drástica sobre o Estreito de Ormuz, indicando uma tentativa de ganhar espaço diplomático antes de tomar medidas que realmente afetem o fornecimento global.