O mercado de Fiagros em junho de 2025 apresentou um panorama multifacetado, refletindo a maturidade e a resiliência dos fundos diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador. Com uma série de eventos relevantes, desde mudanças de gestão até reestruturações de ativos, o mês foi marcado por forte atividade nos principais Fiagros listados, destacando movimentos estratégicos que consolidam o setor como uma alternativa sólida para investidores interessados em renda fixa e exposição ao agronegócio.
Distribuição de Rendimentos e Reservas Acumuladas
Entre os destaques, o fundo BTAG11 apresentou resultado de R$ 1,29 por cota e distribuiu R$ 1,30, consolidando esse patamar como nova diretriz da gestão. A reserva acumulada fechou o período em R$ 3,91 por cota, o que representa aproximadamente três vezes o valor distribuído, fornecendo um colchão de segurança para meses futuros.
O CRAA11 também manteve um desempenho sólido, com distribuição de R$ 1,25 por cota, equivalente a 108% do CDI. O fundo projeta manter pelo menos R$ 1,20 por cota até o fim do ano, desde que as condições de mercado se mantenham favoráveis. A reserva acumulada foi de R$ 0,88 por cota.
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Novos Aportes e Reestruturações Estratégicas
No campo das alocações, o CPTR11 destacou-se ao reforçar sua posição em ativos com fundamentos robustos, mesmo após a cisão que migrou parte dos ativos para o CPTA11. O fundo manteve concentração e proporção equilibradas, com foco em emissões de qualidade e diversificação setorial.
O FGAA11, por sua vez, foi pioneiro na proposição da recompra de cotas, aprovada pela CVM em maio. A 4ª amortização de cotas foi anunciada, e o fundo se prepara para utilizar a recompra como ferramenta para correção de distorções entre o valor de mercado e o valor patrimonial. Além disso, o CRA Ubyfol foi resgatado com prêmio de R$ 747 mil, e o reinvestimento dos recursos está previsto para julho.
Já o GCRA11 fez um investimento de R$ 3 milhões no CRA Enebra II, com taxa de CDI + 4,00% ao ano, lastreado em contratos de venda de cavacos de madeira. Esse ativo conta com cessão fiduciária e aval dos sócios, aumentando a segurança da operação. A gestão acompanha ainda desdobramentos em operações como CRA Três Irmãos e CRA Mitre.
Provisões e Inadimplências Monitoradas
Alguns fundos enfrentaram desafios operacionais. O VCRA11 encerrou maio com provisão de 90% sobre o CRA Grupo Safras, impactando 3,2% do patrimônio líquido. A expectativa da gestão é de retomada da normalidade nas distribuições a partir do próximo ciclo, com o evento já refletido na base contábil.
O AGRX11 decretou o vencimento antecipado do CRA Valéria após o não pagamento de parcelas prorrogadas. A execução de garantias será iniciada, embora o fundo esteja respaldado por ativos com razão de garantia superior a 290%. O impacto estimado é de até R$ 0,008 por cota ao mês.
Fundos com Carteiras 100% Adimplentes e Novas Operações
O KNCA11 manteve sua carteira totalmente adimplente e iniciou novas alocações que serão detalhadas em relatórios futuros. A operação Bahia Etanol teve amortização antecipada de R$ 8,3 milhões, sendo 60% do saldo inicial quitado. Com isso, ajustes no fluxo de amortização estão sendo avaliados.
O VGIA11 segue focado na aquisição de novos ativos, mantendo sua carteira igualmente adimplente. Já o RURA11 anunciou alocação em operação com a Goplan via Fiagro FIDC, com 40% de subordinação e lucros contábeis residuais após distribuições de R$ 0,10 por cota. Os casos com provisão para devedores duvidosos (PDD) representam 7,4% do patrimônio líquido, mas a reserva contábil reduz o impacto máximo para 4,0%.
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Consolidação e Perspectivas para o Segundo Semestre
O RZAG11 reforçou sua previsibilidade com uma reserva de resultados de R$ 0,054 por cota, mesmo com 101,3% do patrimônio alocado. O fundo continua sem atrasos ou inadimplência. No VGIA11, a estratégia de diversificação e cautela segue inalterada, preparando o portfólio para cenários de maior volatilidade.
Com um setor ainda em ascensão, os Fiagros em junho demonstraram maturidade, inovação e capacidade de enfrentamento diante de desafios econômicos e operacionais. A regulamentação que permite a recompra de cotas abre novas possibilidades de valorização patrimonial, enquanto a solidez das garantias e estratégias de gestão ativa sustentam as expectativas positivas para o restante de 2025.