A Petrobras (PETR4) concluiu a precificação da sua 8ª emissão de debêntures, levantando R$ 3 bilhões no mercado. A captação foi dividida em três séries. A primeira, que tem maior demanda, oferece remuneração de IPCA + 6,39% ao ano, com vencimento em 15 de junho de 2035. Isso corresponde a um spread negativo de –0,9 ponto percentual em relação à taxa do Tesouro IPCA+ 2035, que hoje está em IPCA + 7,29% .
Por que o spread negativo ainda é atraente?
Normalmente, títulos corporativos têm que pagar mais que os papéis públicos para compensar o maior risco. Mas, por se tratar de uma empresa estatal com rating soberano (AAA.br segundo agências), a Petrobras consegue obter taxas bastante competitivas — mesmo inferiores à dos títulos do Tesouro .
O analista Matheus Spiess, da Empiricus, já previa antes da precificação que um spread negativo de até 1 ponto seria razoável, pois é compensado pela isenção de Imposto de Renda para pessoa física — diferentemente dos títulos públicos, que sofrem IR de 15% no vencimento.
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Vantagens específicas das debêntures da Petrobras
Um dos grandes atrativos da emissão é a isenção do Imposto de Renda — somente disponível para pessoas físicas. Dessa forma, o rendimento líquido dessas debêntures pode superar os títulos públicos, mesmo com taxas nominais menores .
Pagamentos semestrais e estrutura previsível
As debêntures pagam juros semestrais, o que pode ser entendido como uma espécie de “dividendo” fixo. Já o principal é quitado no final, no vencimento — modelo chamado “bullet” —, ideal para investidores que desejam fluxo de renda periódico com segurança .
Possibilidade de resgate antecipado
A Petrobras incluiu na estrutura da emissão a permissão para resgate antecipado — desde que pague um prêmio ao investidor. Segundo Spiess, isso traz ainda mais flexibilidade e segurança ao investidor .
Comparativo entre séries e tesouro
Vencimento | Debênture Petrobras | Tesouro IPCA+ | Spread |
---|---|---|---|
2035 | IPCA + 6,3874% | IPCA + 7,29% | –0,9026 pp |
2040 | IPCA + 6,6556% | IPCA + 7,17% | –0,5155 pp |
2045 | IPCA + 6,8431% | IPCA + 7,16% | –0,3169 pp |
As taxas foram divulgadas em 25 de junho de 2025 e mostram que todas as três séries da debênture estão abaixo dos papéis públicos, mas ainda rendem de forma competitiva dada a estrutura fiscal e creditícia .
Risco e perfil ideal de investidor
Embora a Petrobras tenha rating sólido e o título seja isento de IR, não elimina totalmente o risco de crédito — afinal, explica Maia, risco soberano e risco corporativo são distintos .
Esses papéis são recomendados para investidores que:
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Buscam proteção contra a inflação a longo prazo;
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Valorizam fluxo de pagamentos semestrais;
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Querem isenção de IR;
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Estão confortáveis com o perfil “buy and hold” até o vencimento.
Para quem quer manter liquidez imediata, é possível negociar no mercado secundário após a liquidação — prevista para 26 de junho .
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Por que investir nas debêntures da Petrobras?
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Rendimento líquido atrativo: mesmo com taxas abaixo das públicas, a isenção de IR pode tornar o retorno líquido mais interessante.
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Seguro com selo estatal: embora não seja tão seguro quanto os títulos do governo, a empresa estatal tributária tem rating alto e risco relativamente baixo.
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Fluxo de caixa semestral: ideal para quem busca renda regular.
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Flexibilidade: possibilidade de resgate antecipado com prêmio.
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Diversificação eficiente: bom complemento à carteira de renda fixa conservadora.
Debêntures da Petrobras chama atenção
A emissão de debêntures da Petrobras no montante de R$ 3 bilhões com spread negativo em relação ao Tesouro chama atenção por unir os benefícios da isenção tributária com um retorno real competitivo. É uma oportunidade robusta para investidores de renda fixa de longo prazo que buscam proteção contra o IPCA, fluxo de pagamentos e segurança relativa que vêm de uma empresa estatal com rating soberano. Ideal para compor uma carteira diversificada e eficiente.