Nesta sexta-feira, o mercado enfrenta combinações que afetam energia, siderurgia e chuvas de dividendos. A Petrobras reforça sua política de retorno ao acionista com a distribuição da segunda parcela dos lucros de 2024, enquanto a ArcelorMittal sinaliza dificuldades na transição energética na Europa. O pano de fundo geopolítico – especialmente a tensão no estreito de Ormuz – e o cenário doméstico de juros elevados também intensificam a atenção dos investidores.
1. Petrobras realiza pagamento de dividendos
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O que será pago: R$ 0,37629728 por ação (ordinária e preferencial), referente ao lucro líquido de 2024.
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Quem recebe: Acionistas com posições mantidas até 29 de abril/2025.
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Importância: Esse pagamento reforça a estratégia de forte distribuição de caixa da estatal, mantendo o status de atrativo para investidores focados em renda.
2. ArcelorMittal reavalia investimentos ‘verdes’ na Europa
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Decisão anunciada: Cancelamento dos projetos de redução direta de ferro (DRI) e forno elétrico a arco (EAF) nas unidades em Bremen e Eisenhüttenstadt, mesmo com subsídio de €1,3 bilhão do governo alemão.
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Motivo: Demanda fraca por aço, altos custos de energia e importações elevadas dificultam a competição econômica.
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Próximo passo: Continuidade do EAF somente em Dunkirk (França), onde a eletricidade tem preço mais competitivo.
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Reflexo no mercado: A sinalização reforça preocupações sobre a viabilidade financeira da descarbonização no setor europeu e pode manter pressão sobre os preços do minério de ferro.
3. Tensão no estreito de Ormuz — foco no petróleo
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Por que importa: O risco de interrupção no fornecimento global de petróleo pelo estreito impulsiona a inflação internacional de combustíveis e repassa efeitos para o mercado brasileiro.
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Impacto local: A estrutura de custos no setor de energia no Brasil, já pressionada por juros altos, pode se agravar com a alta do petróleo.
Destaque da Sexta-feira – 20/06/2025
O cenário de hoje traz mensagens claras:
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Para os investidores de longo prazo, os dividendos da Petrobras reforçam a tese de retorno consistente de caixa.
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Para os gestores de risco e macro, a decisão da ArcelorMittal sobre projetos verdes na Europa ajusta expectativas sobre prêmios e demanda por minério de ferro.
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No contexto global, as incertezas envolvendo o estreito de Ormuz acrescem volatilidade ao setor de energia e pressão inflacionária.
Em um ambiente com juros domésticos elevados e fatores geopolíticos em evidência, a combinação desses fatos inaugura um dia de atenção seletiva ao mercado, com potenciais reflexos em ações, commodities e câmbio.