O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 15% ao ano. A decisão contrariou a expectativa da maioria do mercado, que apostava na manutenção da taxa no atual patamar, após seis altas consecutivas.
A projeção mais recente do Boletim Focus indicava que o ciclo de elevações teria chegado ao fim, com a Selic permanecendo estável até o final do ano. Essa expectativa se baseava em sinais de desaceleração da atividade econômica e em dados recentes do IPCA, que mostraram uma desaceleração da inflação para 5,32% nos últimos 12 meses até maio, abaixo dos 5,53% registrados no período anterior.
No entanto, fatores como a desancoragem das expectativas de inflação e a instabilidade geopolítica — em especial a escalada do conflito entre Israel e Irã, que provocou uma alta de 4% no preço do petróleo — pesaram na decisão do Copom.
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ao subir os juros, o BC tenta conter o consumo e o crédito, reduzindo a pressão sobre os preços. Por outro lado, juros altos encarecem o financiamento, freiam a atividade econômica e elevam o custo da dívida pública.
Mesmo com a desaceleração recente, a inflação segue acima do teto da meta. O centro da meta para 2025 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Diante disso, o Banco Central optou por mais um ajuste para reforçar o compromisso com o controle da inflação e manter a credibilidade da política monetária.
(em atualização)
