Ações da Gol despencam 12%: entenda o que está por trás

As ações da Gol caem mais de 12% após anúncio de emissão de 1,2 trilhão de ações, aumento de capital de R$ 12 bilhões.
Ações da Gol caem

da caem de forma expressiva nesta terça-feira (10), refletindo uma série de fatores que abalaram a confiança dos . A companhia anunciou a etapa final do processo de nos Estados Unidos, o chamado Chapter 11, e comunicou ao mercado a realização de um aumento de capital bilionário que resultará em uma diluição quase total da participação dos atuais acionistas.

Às 11h45, os papéis GOLL4 registravam queda de 12,20%, negociados a R$ 1,08. O mercado reagiu negativamente aos termos da reestruturação financeira, que, apesar de melhorarem a liquidez da empresa, resultam em perda significativa para os acionistas minoritários.

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Reestruturação envolve emissão trilionária e diluição extrema

De acordo com analistas do BTG Pactual, a Gol realizará um aumento de capital de R$ 12 bilhões, com novas ações preferenciais precificadas a R$ 0,01 — muito abaixo dos R$ 1,10 registrados na sexta-feira anterior. A operação prevê a emissão de 1,2 trilhão de ações, o que gerará uma diluição de 99,8% para os acionistas atuais.

A reestruturação ocorre após a Gol captar US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída e quitar o chamado financiamento DIP (debtor-in-possession). A companhia declarou liquidez de US$ 900 milhões e projeta uma alavancagem líquida inferior a 3 vezes até 2027. No curto prazo, porém, a alavancagem segue elevada, em torno de 5,4 vezes o .

Abra passa a deter 80% do capital da Gol

Com o novo desenho acionário, o grupo Abra, que controla a Gol e a Avianca, passará a deter 80% do capital da companhia aérea. Segundo o BTG, a estrutura pós-recapitalização continua arriscada e altamente dependente da execução bem-sucedida do plano de , especialmente diante do nível elevado de endividamento.

Por isso, os analistas mantêm recomendação de venda das ações, mesmo após a forte desvalorização recente.

Ações da Gol caem com receio sobre valor residual e governança

A magnitude da diluição levanta questionamentos sobre o valor residual que restará para os investidores minoritários após a conclusão do processo. A percepção de que a empresa está sendo “resetada” em termos de estrutura acionária agrava o pessimismo.

Além disso, há dúvidas sobre governança e transparência nas negociações com os novos controladores, o que contribui para a pressão sobre os papéis no curto prazo.

Mudança de tickers e novos parâmetros de negociação

A partir do dia 12 de junho, as ações da Gol terão novos tickers e estruturas de negociação.

  • GOLL3 (ações ordinárias) passará a ser GOLL53

  • (ações preferenciais) será alterada para GOLL54

O lote padrão também será modificado para 1.000 ações, com fator de cotação proporcional. As negociações dos direitos de preferência e opções também serão ajustadas.

A B3 confirmou que o mercado fracionário continuará ativo, permitindo a compra de quantidades menores, apesar das mudanças estruturais.

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Perspectivas para os acionistas e mercado

O forte recuo mostra que o mercado vê a reestruturação como necessária, mas extremamente penalizadora para os investidores atuais. Apesar de melhorar a liquidez e permitir à companhia respirar financeiramente, o custo para quem já detinha ações é alto.

A depender da execução futura, a Gol poderá entrar em um novo ciclo operacional. No entanto, para os acionistas que já estavam posicionados, o impacto da diluição de 99,8% é praticamente irrecuperável no curto prazo.

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