Um dos pontos que marcaram a semana ruim foi o avanço de projetos de lei no Congresso Nacional que buscam taxar as exportações do agronegócio. Algumas dessas taxações já estão em vigor, como a do estado do Maranhão, que cobra 1,8% sobre a tonelada de soja, milho, milheto e sorgo.
Os defensores da medida argumentam que a taxação poderia garantir o abastecimento interno de alimentos, mas especialistas e representantes do setor afirmam que isso desestimula a produção e pode gerar impactos negativos na economia.
Gleisi Hoffmann no governo: mercado reage mal
Outro fator que agravou a semana ruim foi a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. A decisão gerou forte reação entre parlamentares e líderes do agronegócio, que consideram que a ex-presidente do PT não tem histórico de diálogo com o setor.
O deputado Luciano Zucco (PL-RS) criticou a escolha, afirmando que Gleisi é uma figura marcada por “conflitos, radicalização ideológica e dificuldades na construção de consensos”.
A repercussão da nomeação afetou diretamente o mercado financeiro. O dólar, que já vinha em alta, disparou 1,5%, encerrando a sexta-feira cotado a R$ 5,92. O Ibovespa, por sua vez, teve queda expressiva, refletindo a insegurança dos investidores.
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Plano Safra: suspensão de crédito gera desconfiança
A suspensão das linhas de crédito do Plano Safra pelo governo federal trouxe mais preocupação para o agronegócio em meio à semana ruim. A decisão gerou incerteza entre os produtores, que dependem desse financiamento para manter suas operações.
Após forte pressão do setor e de parlamentares, o governo recuou e editou uma Medida Provisória liberando R$ 4,1 bilhões em crédito extraordinário. No entanto, especialistas alertam que o episódio demonstrou a falta de planejamento e de previsibilidade na condução da política agrícola.
O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), defendeu mudanças na forma como o Plano Safra é planejado. Para ele, o ideal seria que as negociações ocorressem no início do ano, garantindo maior segurança para o setor.
Carlos Fávaro ameaçado?
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também viu sua posição enfraquecida durante essa semana ruim. Segundo fontes da CNN Brasil, ele teria informado ao Planalto que pode deixar o cargo caso o governo leve adiante a proposta de taxação das exportações.
O limite de Fávaro teria sido atingido após o governo considerar medidas para conter a inflação dos alimentos, que incluiriam restrições ao agronegócio. O ministro já enfrentou dificuldades recentes, como o corte de recursos para o Plano Safra e a falta de diálogo com o setor.
Além disso, rumores sobre sua substituição ganharam força. O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) foi apontado como possível sucessor, mas negou qualquer articulação para assumir o ministério.
Insegurança jurídica assusta investidores
A semana ruim também foi marcada por declarações polêmicas de integrantes do governo, como a do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que afirmou que a separação dos poderes está sendo reavaliada.
A fala gerou preocupação entre investidores estrangeiros, que temem que o Brasil passe a ter um ambiente jurídico instável. O economista Jason Vieira destacou que esse cenário afasta capital externo e reduz a confiança no país.
“Se os investidores não podem contar com instrumentos jurídicos para se protegerem, eles ficam 100% à mercê de decisões políticas imprevisíveis. Isso cria uma insegurança maior do que já tivemos antes”, explicou Vieira.
Reação do setor: como o agronegócio pode se defender?
Diante dos acontecimentos da semana ruim, representantes do agronegócio reforçaram a necessidade de articulação política para barrar medidas prejudiciais ao setor.
O cientista político Christian Lohbauer criticou a condução das políticas agrícolas e alertou para os riscos de intervenções do governo. Para ele, a taxação das exportações é um erro que pode gerar inflação e desestimular a produção.
“A Argentina já tentou isso e falhou. Taxar exportações só cria desincentivos para quem produz. O impacto no preço dos alimentos será mínimo, mas o efeito na economia será desastroso”, afirmou Lohbauer.
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O que esperar para os próximos meses?
A tendência é que o agronegócio continue enfrentando desafios nos próximos meses. Com a proximidade da definição do Plano Safra 2025/26, a preocupação com o orçamento e as taxas de juros seguirá no radar dos produtores.
Além disso, a relação do setor com o governo deve continuar tensa, especialmente com a presença de Gleisi Hoffmann no comando da articulação política. A Frente Parlamentar da Agropecuária já se posicionou contra algumas das medidas discutidas e promete resistência a qualquer tentativa de taxação das exportações.
Semana ruim para o agro
A semana ruim para o agronegócio foi marcada por incertezas e decisões que geram preocupação para o futuro do setor. Entre taxação, insegurança política e dificuldades no crédito rural, os desafios são grandes.
No entanto, a pressão política e o diálogo com o Congresso podem ser caminhos para evitar retrocessos e garantir que o agronegócio continue sendo um dos pilares da economia brasileira.