Após sucessivas altas que aproximaram o dólar de R$ 5,60 na véspera, a moeda americana perdeu força frente ao real nesta sexta-feira (23), afastando-se das máximas registradas ao longo da semana.
Por volta das 12h (horário de Brasília), o dólar à vista (USDBRL) estava cotado a R$ 5,49, perto da mínima intradiária. Continue acompanhando a cobertura em Tempo Real.
O enfraquecimento do dólar em relação ao real foi uma reação imediata dos investidores às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante o Simpósio de Política Monetária em Jackson Hole.
No exterior, o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas globais, incluindo o euro, também registrou sua mínima intradiária, com queda de 0,69%. A libra esterlina atingiu o maior nível em mais de dois anos.
Com agosto se aproximando do fim, o índice DXY caminha para a maior queda mensal desde 2021.
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O que disse Powell?
O presidente do Fed afirmou que “chegou a hora de ajustar a política monetária”, uma declaração vista como um apoio explícito à redução dos juros nos Estados Unidos, já antecipada pelo mercado.
As palavras de Powell reforçaram as expectativas de cortes nos juros nos Estados Unidos, aumentando as apostas em uma redução de 50 pontos-base, o que levaria a taxa de juros para a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano.
Agora, os traders veem uma probabilidade de 65,5% de que o Fed corte os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, o que seria o primeiro ajuste desde julho de 2023 e levaria a taxa para o intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Ontem (22), essa probabilidade era de 76%.
As apostas em um corte de 50 pontos-base saltaram de 24% ontem para 34,5% após as declarações de Powell.
CORTE DE JUROS CONFIRMADO POR POWELL- LEIA AGORA
A próxima reunião do Federal Reserve está marcada para os dias 17 e 18 de setembro.
É importante lembrar que, quanto mais o Banco Central dos Estados Unidos reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna relativamente menos atraente à medida que os rendimentos dos Treasuries caem.
Não foi apenas o dólar
Além do dólar, os mercados internacionais também reagiram ao discurso de Powell.
Durante seu discurso, as bolsas de Nova York ampliaram os ganhos e subiram mais de 1%.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, também caíram, renovando as mínimas.
O T-note de 2 anos, mais sensível à política monetária, atingiu a mínima intradiária de 3,932% durante o discurso de Powell e continua abaixo de 4% após o fim das falas.
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O título de 10 anos também atingiu o menor nível do dia, com recuo para 3,791%, e o de 30 anos, referência para o mercado de hipotecas, caiu para 4,079%.
No Brasil, o Ibovespa ampliou os ganhos e voltou a superar os 136 mil pontos. Dos 84 papéis que compõem o principal índice da bolsa brasileira, apenas 10 registraram queda, sendo a maioria de empresas com exposição ao exterior e, portanto, dolarizadas.
As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) acompanharam o movimento dos yields dos Treasuries, com quedas mais acentuadas nos vértices mais longos.
O DI para janeiro de 2025 opera a 10,82%, ante 10,85% do fechamento anterior. Já o DI para janeiro de 2033 está em 11,54%, contra 11,65% do fechamento da véspera.
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