As vendas no varejo brasileiro não atenderam às expectativas em outubro, registrando perdas e evidenciando desafios para ganhar impulso na segunda metade do último trimestre do ano.
No mês de outubro, as vendas no setor varejista diminuíram 0,3% em comparação com setembro, um resultado significativamente abaixo da expectativa de um aumento de 0,2%, conforme apontado por uma pesquisa da Reuters. Isso ocorreu após um aumento de 0,5% em setembro.
Atualmente, o setor varejista opera 4,4% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, mas está 2,0% abaixo do pico alcançado em outubro do mesmo ano, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Varejo: resultados do terceiro trimestre devem permanecer pressionados
Os dados divulgados nesta quinta-feira também revelaram que, em comparação com outubro do ano anterior, as vendas tiveram um ganho de 0,2%, ficando aquém da expectativa de um aumento de 1,76%.
Embora o setor varejista brasileiro tenha demonstrado alguma resiliência devido a um mercado de trabalho mais robusto, ainda não conseguiu obter um desempenho significativo. Isso é atribuído à pressão da taxa de juros elevada, que desencoraja o consumo de bens duráveis.
Apesar dos recentes cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central, que reduziu a Selic para 11,75%, o comércio varejista continua a enfrentar desafios. O baixo dinamismo, especialmente no segundo semestre, é notável, com variações próximas a zero desde fevereiro, exceto por alguns meses.
Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destacou que, embora a massa de renda e ocupação tenha crescido no mercado de trabalho, isso não se traduziu em um aumento significativo no consumo. O consumo parece estar sendo adiado para lidar com renovação e renegociação de dívidas.
Entre as oito categorias pesquisadas, cinco apresentaram desempenho negativo em outubro. Por outro lado, algumas categorias, como livros, jornais e artigos farmacêuticos, registraram ganhos.
No setor varejista ampliado, que inclui veículos, motos, peças e material de construção, houve uma retração de 0,4% em outubro em relação ao mês anterior. A atividade de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo influenciou negativamente o índice geral.