As vendas no varejo do Brasil bateram um novo recorde em fevereiro de 2025, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O volume cresceu 0,5% em relação ao mês anterior, atingindo o maior patamar desde o início da série histórica em 2000.
Esse avanço é particularmente significativo após quatro meses consecutivos de estabilidade ou variações muito pequenas. De acordo com o IBGE, o movimento de alta reflete uma combinação de fatores como promoções sazonais, ligeira recuperação da renda e estabilidade no mercado de trabalho.
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O que impulsionou as vendas no varejo do Brasil?
O destaque do mês ficou por conta dos segmentos de hipermercados e supermercados, especialmente no grupo de alimentos, bebidas e fumo, que apresentaram crescimento de 1,1% em fevereiro. Esse desempenho foi responsável por grande parte do resultado positivo geral.
Além disso, o setor de móveis e eletrodomésticos também registrou aumento de 0,9% no mês, impulsionado por promoções e liquidações pós-festas. A queda de preços em determinados produtos eletroeletrônicos também contribuiu para o aumento da demanda, segundo analistas.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que monitora oito categorias de atividades varejistas, mostrou que quatro delas cresceram no mês, indicando um desempenho equilibrado entre os diferentes segmentos do varejo do Brasil.
Comparativo anual reforça tendência de recuperação
Na comparação com fevereiro de 2024, o varejo do Brasil registrou crescimento de 1,5%. Embora tenha ficado ligeiramente abaixo da expectativa de analistas, que projetavam um avanço de 1,6%, o resultado reforça a percepção de que o consumo das famílias continua se recuperando, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.
Analistas do mercado financeiro apontam que a melhora nas vendas reflete uma adaptação do consumidor ao cenário de juros altos, inflação ainda presente, mas sob controle, e maior disponibilidade de crédito, ainda que com seletividade.
Panorama regional do varejo brasileiro
Todas as grandes regiões do país apresentaram crescimento nas vendas, com destaque para o Sudeste e o Sul. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul puxaram a média nacional. No Nordeste e no Norte, o avanço foi mais tímido, mas ainda assim positivo.
Esse comportamento regional reflete a distribuição da renda e o acesso ao crédito. Em regiões com maior densidade econômica, a reativação do consumo foi mais evidente. Já nas áreas com menor renda média, o consumo cresceu em setores essenciais, como alimentos e higiene.
Setores que contribuíram negativamente
Apesar do saldo positivo, alguns setores ainda apresentaram retração no mês. O setor de combustíveis e lubrificantes teve queda de 0,7%, pressionado pela volatilidade nos preços e pela mudança de comportamento do consumidor, que vem buscando alternativas mais econômicas de mobilidade.
Outro setor que registrou recuo foi o de tecidos, vestuário e calçados, com retração de 0,4%, refletindo a sazonalidade e a mudança de estação. Já o setor de livros, jornais, revistas e papelaria continua com dificuldades, impactado pela digitalização e mudanças nos hábitos de leitura.
Expectativas para os próximos meses
As perspectivas para o varejo do Brasil nos próximos meses são moderadamente otimistas. A continuidade da recuperação está condicionada a fatores como a redução dos juros, maior estabilidade política e contenção da inflação.
A expectativa do mercado é de que, se a trajetória da taxa Selic seguir em queda gradual, o crédito ao consumo possa ganhar tração, impulsionando segmentos como eletrodomésticos, móveis e vestuário. Outro fator de apoio seria uma recuperação mais consistente da massa salarial, com aumento real de salários.
O IBGE destacou que o resultado de fevereiro representa um sinal importante de resiliência do varejo brasileiro, mesmo diante das turbulências globais, como o aumento das tarifas comerciais e o risco de recessão em grandes economias.
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Varejo do Brasil dá sinais de fôlego em meio às incertezas
O recorde de vendas registrado em fevereiro mostra que o varejo do Brasil segue como um dos pilares da economia nacional, sustentando parte do crescimento do PIB mesmo em tempos desafiadores. Com os consumidores retomando gradualmente a confiança, o setor pode ser uma das principais fontes de tração econômica ao longo de 2025.
No entanto, o caminho ainda exige cautela. A recuperação é desigual entre os setores e regiões, e fatores externos continuam a influenciar o comportamento do consumo. Ainda assim, a performance do varejo no início do ano aponta para um horizonte mais promissor — e reforça a importância de acompanhar de perto os indicadores econômicos nos próximos meses.