A produção de veículos no Brasil experimentou uma redução de 15,3% em dezembro em comparação com novembro, totalizando cerca de 172 mil unidades, conforme divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta quarta-feira.
Por outro lado, as vendas apresentaram um salto de 16,9% na mesma comparação, atingindo aproximadamente 249 mil unidades, de acordo com os dados fornecidos pela entidade.
Ao longo de 2023, a produção registrou uma queda de 1,9% em relação a 2022, totalizando 2,325 milhões de veículos. No entanto, as vendas alcançaram 2,309 milhões de unidades, representando um aumento de 9,7% em relação ao ano anterior.
A Anfavea destacou que a média diária de vendas em dezembro, atingindo 12,4 mil unidades, foi o melhor resultado mensal em quatro anos. Esse desempenho foi impulsionado pelas locadoras, que emplacaram 75 mil veículos, superando em 30 mil a média anual, e pelas promoções de veículos eletrificados antes do retorno do Imposto de Importação.
O imposto, anteriormente zerado para veículos elétricos, voltou a ser cobrado a partir de janeiro deste ano, após demandas de montadoras instaladas no Brasil ao governo federal.
No cenário de exportações, o Brasil enviou 404 mil unidades de veículos em 2023, uma queda de 16% em relação a 2022. O México tornou-se o principal destino dos produtos brasileiros, superando a Argentina pela primeira vez na história do setor. De cada três veículos exportados pelo Brasil, um foi destinado ao México, conforme declarado pelo presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite.
Leite observou que as exportações para a Argentina caíram em 2023 por razões além da importação de modelos produzidos na Ásia, incluindo um aumento na produção argentina.
Para o mercado interno argentino, a expectativa é de vendas de cerca de 350 mil veículos este ano, em comparação com aproximadamente 440 mil em 2023.
Quanto ao mercado de locadoras e frotistas, o presidente da Anfavea previu um retorno ao crescimento nas vendas este ano, apesar do ciclo de baixas taxas de juros e do aumento do crédito, que tendem a estimular a compra de carros novos pelos consumidores.
O programa Mover, aprovado pelo governo federal no final de 2023 para incentivar a produção nacional de veículos menos poluentes, como elétricos e híbridos, não deve ter um impacto significativo este ano, de acordo com Leite. A implementação do programa depende de regulamentações adicionais, com as primeiras sendo esperadas até abril. A Anfavea planeja se reunir com outros participantes da indústria para se preparar para a implementação do programa nos próximos meses.