A quarta-feira (9) foi marcada por um novo e surpreendente capítulo na guerra comercial global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um aumento agressivo nas tarifas sobre as importações da China, elevando a taxa para 125% com efeito imediato. A medida, segundo o próprio presidente, é uma resposta à “falta de respeito que a China tem demonstrado pelos mercados mundiais”.
A decisão foi comunicada por Trump em sua conta na rede Truth Social e pegou o mercado financeiro de surpresa, provocando reações imediatas em ativos globais. Embora tenha confirmado uma pausa de 90 dias na aplicação de novas tarifas para mais de 75 países que buscaram diálogo com os Estados Unidos, Trump foi enfático ao destacar que a China não demonstrou disposição para negociar.
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Trump aumenta tarifas da China: entenda o impacto imediato
Com o novo patamar de 125%, as tarifas sobre produtos chineses atingem o nível mais alto desde o início da escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo. A medida representa um aumento de 91 pontos percentuais sobre os 34% aplicados anteriormente, configurando uma retaliação direta aos movimentos da China na arena internacional.
O impacto foi sentido instantaneamente no mercado cambial. O dólar, que vinha rondando os R$ 6,00, virou para queda e era negociado a R$ 5,90 no início da tarde, com recuo de 1,45%. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reagiu positivamente ao anúncio da pausa nas tarifas para outros países e subia 3% por volta das 14h30.
Reações internas e bastidores do anúncio
De acordo com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, Trump redigiu pessoalmente o comunicado com apoio do Secretário do Tesouro, Scott Bessent. “Uma das postagens mais extraordinárias de sua presidência”, disse Lutnick em um tuíte logo após a publicação oficial.
O governo americano indicou que a nova tarifa à China foi tomada após avaliações de que Pequim estaria minando a estabilidade dos mercados com práticas desleais, como barreiras não tarifárias, manipulação cambial e falta de reciprocidade em negociações anteriores.
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A resposta da China pode não demorar
Analistas já projetam que a China deve reagir rapidamente ao novo aumento tarifário. No início da semana, o governo chinês havia elevado suas próprias tarifas sobre produtos norte-americanos para 84% e, desde então, as relações diplomáticas entre os dois países seguem em tensão máxima.
“A decisão de Trump é vista como um endurecimento sem precedentes, e a expectativa é que Pequim reaja com medidas proporcionais ou até mais duras, principalmente sobre setores estratégicos”, afirma Leandro Kaminsky, analista geopolítico da Risco Global.
Efeitos das tarifas de 125% na economia global
O novo salto tarifário ocorre em um momento já conturbado para o comércio internacional. Com a cadeia global de suprimentos ainda em adaptação pós-pandemia e sob risco de recessão, medidas protecionistas desse porte elevam o risco de estagflação — combinação de crescimento estagnado e inflação elevada.
Para os Estados Unidos, a medida pode encarecer produtos de uso cotidiano, como eletrônicos, roupas e insumos industriais, o que tende a afetar consumidores e empresas. No Brasil e em outros países emergentes, o reflexo pode vir na forma de volatilidade nos mercados e aumento do custo de exportações intermediadas pela Ásia.
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Uma nova fase da guerra tarifária
Ao anunciar que Trump aumenta tarifas da China para 125%, o governo dos EUA deixa claro que a política externa do país seguirá pautada por ações unilaterais e confrontos diretos. A decisão reaquece a guerra comercial e impõe um novo desafio para diplomatas, investidores e governos em todo o mundo.