As Taxas futuras avançam nesta quinta-feira, marcando uma das maiores altas do início de 2025. Esse movimento de elevação reflete a realização de lucros em diferentes mercados, incluindo a renda fixa, a bolsa de valores e o câmbio. Além disso, o cenário de incertezas fiscais no Brasil continua influenciando o comportamento das curvas de juros.
Realização de Lucros e Alta nas Taxas Futuras
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2031 encerrou o dia em 14,96%, marcando uma alta de 26 pontos-base em relação ao ajuste anterior. Este avanço é atribuído à realização de lucros acumulados em meses anteriores, quando a curva a termo apresentava um movimento de redução de prêmios, ajustando exageros do fim de 2024.
Outros contratos, como o DI para julho de 2025, também subiram, encerrando em 14,01% (+0,033 p.p.), enquanto o DI para janeiro de 2026 avançou para 14,895% (+0,068 p.p.). Esse comportamento reflete a preocupação do mercado com possíveis aumentos na Selic e os impactos do cenário fiscal ainda indefinido.
IBC-Br Acima das Expectativas e Pressão Inflacionária
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também influenciou o mercado. Com alta de 0,1% em novembro frente a outubro, o indicador superou a expectativa de estagnação. Esse desempenho aponta para uma pressão inflacionária, reforçando as apostas de que o Banco Central aumentará a Selic em 100 pontos-base na próxima reunião, marcada para o fim de janeiro.
Além disso, a sessão foi marcada por uma operação significativa no contrato para janeiro de 2031, cujo pico chegou a 14,98%, sinalizando o impacto de grandes volumes no comportamento da curva.
Movimento Global e Cenário dos Treasuries
Embora as taxas futuras avançam no Brasil, o cenário internacional apresentou um movimento diferente. Os rendimentos dos Treasuries norte-americanos recuaram após declarações do diretor do Federal Reserve, Christopher Waller. Ele indicou que cortes nas taxas de juros nos EUA ainda são possíveis em 2025, influenciando o comportamento dos títulos de dois e dez anos.
O mercado também acompanhou com atenção as declarações de Scott Bessent, indicado para chefiar o Tesouro dos EUA. Ele reforçou que as políticas do governo Trump podem ajudar a conter a inflação e aumentar os salários.
Taxas futuras avançam: Impactos no Câmbio e na Bolsa
A realização de lucros não foi exclusiva da renda fixa. O dólar apresentou alta em relação ao real, enquanto o Ibovespa recuou mais de 1%, em meio a um cenário de ajustes e incertezas fiscais. A alta do dólar contribuiu para a elevação das taxas futuras, uma vez que o câmbio e a curva de juros estão diretamente correlacionados.
Expectativas para a Selic e Perspectivas de Mercado
A precificação no mercado de juros futuros indica que 90% dos investidores apostam em uma alta de 100 pontos-base na Selic, levando a taxa para 13,25% ao ano. Esse aumento reflete as expectativas de uma política monetária mais rígida em resposta às pressões inflacionárias e ao cenário fiscal.
Enquanto isso, o mercado segue atento ao comportamento do IBC-Br e de outros indicadores macroeconômicos que podem influenciar as decisões do Banco Central.
Tabela: Principais Taxas de DI ao Final da Sessão
Contrato | Taxa Atual (% a.a.) | Taxa Anterior (% a.a.) | Variação (p.p.) |
---|---|---|---|
JUL/25 | 14,01 | 13,977 | +0,033 |
JAN/26 | 14,895 | 14,827 | +0,068 |
JAN/27 | 15,17 | 15,008 | +0,162 |
JAN/28 | 15,115 | 14,928 | +0,187 |
JAN/29 | 15,045 | 14,833 | +0,212 |
JAN/30 | 15,00 | 14,779 | +0,221 |
JAN/31 | 14,96 | 14,715 | +0,245 |
O mercado segue ajustando suas expectativas em relação à curva de juros, com investidores atentos às decisões de política monetária e ao cenário econômico tanto no Brasil quanto no exterior. As próximas semanas prometem ser decisivas para consolidar tendências no mercado de renda fixa e outros segmentos.