A GOL (GOLL4) divulgou os resultados do 1T25 da GOL com desempenho acima das estimativas em receita e lucro, mesmo em meio aos desafios do processo de reestruturação sob o Chapter 11 e da alta alavancagem. A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, revertendo prejuízos estimados, impulsionada por ganho financeiro de R$ 4,2 bilhões com variação cambial.
A receita líquida totalizou R$ 5,6 bilhões, crescimento de 19% em relação ao 1T24 e 12% acima das estimativas do mercado. O EBITDA ajustado alcançou R$ 1,5 bilhão, em linha com o esperado, e o EBITDA reportado ficou em R$ 1,2 bilhão devido a R$ 300 milhões em despesas não recorrentes.
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Receita robusta e tarifas em alta impulsionam os resultados do 1T25 da GOL
Os resultados do 1T25 da GOL foram beneficiados por crescimento de 12% a/a na capacidade (ASK) e aumento de 5% nas tarifas médias (yield), chegando a R$ 0,51. O PRASK (receita por assento-quilômetro pago) subiu 5% a/a, enquanto o RASK (receita total por assento-quilômetro) teve alta de 7%, atingindo R$ 0,47. A taxa de ocupação ficou em 83,5% (+0,3 p.p.).
A receita com passageiros foi de R$ 5,1 bilhões, avanço de 18%, e a receita com carga e outros somou R$ 529 milhões, crescimento expressivo de 34,5%.
Custo operacional cresce, mas EBITDA se mantém sólido
Apesar do crescimento de receita, os custos também aumentaram. O CASK total (custo por assento-quilômetro) subiu 34,7% a/a, refletindo aumento de 21,7% no custo com combustível e de 30% em despesas operacionais. O CASK ex-combustível aumentou 41,2% a/a, impactado por tarifas aeroportuárias, provisões trabalhistas e aumento na depreciação/amortização.
Ainda assim, o EBITDA ajustado nos resultados do 1T25 da GOL foi de R$ 1,5 bilhão, com margem EBITDA ajustada de 27,3%, frente a 26,3% no 1T24.
Lucro líquido impulsionado por ganhos cambiais
O destaque dos resultados do 1T25 da GOL foi o lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, ante lucro de R$ 3,8 bilhões no mesmo período do ano anterior. A expectativa era de prejuízo de R$ 1,9 bilhão. A reversão positiva foi decorrente de ganho com variação cambial, que somou R$ 4,2 bilhões no período.
O lucro operacional (EBIT) foi de R$ 536 milhões, com margem operacional de 9,5%, abaixo da expectativa de 20,5%.
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Alavancagem segue alta, mas com leve melhora
Nos resultados do 1T25 da GOL, a alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA recuou para 5,8x, ante 6,3x no 4T24. A redução decorre da queda da dívida bruta para R$ 33 bilhões (vs. R$ 35 bi no 4T24), beneficiada por efeitos cambiais e pela entrada do financiamento DIP. A liquidez caiu para R$ 1,6 bilhão, frente a R$ 2,5 bilhões no trimestre anterior.
A frota da empresa terminou o trimestre com 139 aeronaves, ligeiro aumento em relação ao 4T24 (138).
Chapter 11 e aumento de capital em andamento
A Gol atualizou o mercado sobre o processo de reestruturação judicial nos EUA (Chapter 11). O Conselho aprovou proposta de aumento de capital, que será submetida à assembleia. A proposta inclui capitalização de créditos contra a companhia no valor de R$ 5,3 a R$ 19,3 bilhões, via emissão de até 13 trilhões de ações ordinárias e 1,6 trilhão de preferenciais. Os preços de emissão sugeridos são R$ 0,0002857142 (ON) e R$ 0,01 (PN).
A companhia reconhece o impacto dilutivo aos acionistas atuais, mas reforça que a medida é essencial para a conversão de dívidas em ações e fortalecimento da estrutura de capital.
Análise e perspectivas
Apesar da melhora na receita e do lucro contábil, os resultados do 1T25 da GOL ainda refletem desafios significativos. A alta alavancagem e os custos pressionam a rentabilidade. O Chapter 11 é um fator de incerteza, embora possa permitir reestruturação financeira eficiente.
Para os próximos trimestres, os investidores devem acompanhar:
- A evolução da proposta de aumento de capital
- Impactos do Chapter 11 na estrutura de capital
- Desempenho operacional e precificação
- Variações no custo do combustível
- Otimização da frota
A recomendação de venda para a ação GOLL4 segue mantida, com foco no risco elevado da alavancagem e da diluição acionária.