A Cogna (COGN3) apresentou resultados consistentes no primeiro trimestre de 2025, reforçando sua trajetória de recuperação no setor educacional. Os resultados do 1T25 da Cogna foram marcados por avanço expressivo na Kroton, estabilidade na dívida líquida e melhora significativa no lucro ajustado, que atingiu R$ 154 milhões — um crescimento de 205% na comparação anual.
Com uma receita líquida de R$ 1,63 bilhão (alta de 6% em relação ao 1T24) e EBITDA ajustado de R$ 556 milhões (+12% a/a), a margem EBITDA da Cogna foi de 34,2%, impulsionada por eficiência operacional, especialmente na Kroton. A companhia também reduziu em 19% suas despesas financeiras líquidas, contribuindo para um salto no lucro líquido contábil para R$ 95 milhões, revertendo prejuízo de R$ 9 milhões registrado no 1T24.
Kroton impulsiona os resultados do 1T25 da Cogna
O destaque dos resultados do 1T25 da Cogna foi a performance da Kroton, que registrou receita líquida de R$ 1,07 bilhão, um avanço de 19% sobre o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi puxado pelas receitas de captação (+23% a/a), pelo programa de matrícula tardia (PMT) e por um mix mais favorável de cursos presenciais e híbridos.
O EBITDA ajustado da Kroton chegou a R$ 390 milhões, alta de 35% ano a ano, com margem de 36,2%. A redução nas despesas de marketing (queda de 6%) e a maior participação de cursos com maior margem contribuíram diretamente para esse desempenho acima das expectativas do mercado. O programa PMT teve papel relevante, representando 4,1 pontos percentuais do crescimento da receita da Kroton.
Além disso, ao considerar o ajuste contábil de R$ 34 milhões referente a descontos concedidos a alunos inativos — que passou a ser classificado como despesa — o crescimento ajustado da receita líquida da Kroton teria sido de 14,6% na base anual.
Vasta e Saber apresentam resultados mais fracos
Apesar do bom desempenho da Kroton, os resultados do 1T25 da Cogna foram impactados negativamente pelas unidades Vasta e Saber. A Vasta teve receita líquida de R$ 430 milhões, uma retração de 7% na comparação anual, resultado de quedas acentuadas nas vendas B2G (business to government), que caíram 92%, e nas vendas não recorrentes, que recuaram 27%.
A única linha com crescimento na Vasta foi a de receitas de assinaturas, que avançaram 12% e somaram R$ 400 milhões. No entanto, o mix de vendas desfavorável e a menor alavancagem operacional pressionaram os resultados. O EBITDA ajustado da unidade foi de R$ 117 milhões, queda de 27%, com margem de 27%, inferior aos 34,7% registrados no 1T24.
Na Saber, o cenário também foi desafiador. A receita líquida da unidade caiu 31% na base anual, totalizando R$ 133 milhões. Ainda assim, o EBITDA ajustado teve leve alta de 2%, alcançando R$ 49 milhões, com margem de 36,5%. A empresa alertou que, com a retomada do ciclo do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático), é esperada uma elevação nos custos e despesas nas próximas divulgações.
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Dívida líquida estável e alavancagem em queda
Outro ponto de destaque nos resultados do 1T25 da Cogna foi a estabilidade da dívida líquida, que se manteve em R$ 2,81 bilhões, mesmo com um capex 29% maior (R$ 128 milhões). O caixa gerado pelas operações, após investimentos, foi de R$ 250 milhões, um crescimento de 19% na comparação anual.
Essa eficiência na geração de caixa permitiu à companhia reduzir sua alavancagem líquida, que passou de 1,35x no 4T24 para 1,28x dívida líquida/EBITDA ajustado. O controle dos investimentos e o crescimento do EBITDA contribuíram diretamente para esse indicador positivo.
Outro dado relevante nos resultados do 1T25 da Cogna foi a manutenção do foco em retorno sobre o capital investido (ROIC). De acordo com estimativas do BTG Pactual, o ROIC esperado para 2025 é de 7,3%, com projeção de evolução nos anos seguintes.
Reavaliação e perspectivas após os resultados do 1T25 da Cogna
Após a divulgação dos resultados do 1T25 da Cogna, o BTG Pactual revisou sua análise para a ação COGN3, elevando o preço-alvo de R$ 1,65 para R$ 3,00 por ação. A revisão incorpora um cenário mais otimista de geração de caixa e lucratividade, especialmente diante da performance consistente da Kroton.
Contudo, a recomendação das ações foi mantida como Neutra. Segundo os analistas, o ambiente macroeconômico continua desafiador, com inflação elevada e possibilidade de desaceleração econômica nos próximos trimestres. A companhia também alertou para possíveis aumentos nos custos operacionais, o que exige atenção dos investidores.
A performance da ação COGN3 no mercado acompanha essa visão de cautela. Mesmo com um aumento no preço-alvo, a valorização está condicionada à manutenção dos bons resultados operacionais e à melhora do cenário econômico.
Resultados do 1T25 da Cogna mostram avanço, mas exigem cautela
Os resultados do 1T25 da Cogna demonstram que a companhia está em trajetória de recuperação, especialmente com os números sólidos da Kroton, que seguem como principal motor de geração de valor dentro do grupo. A evolução da margem EBITDA, o controle das despesas e a estabilidade da dívida são indicativos positivos para os próximos trimestres.
No entanto, os desafios nas unidades Vasta e Saber, bem como os riscos macroeconômicos, exigem uma visão cautelosa por parte dos investidores. O bom desempenho do primeiro trimestre precisa se consolidar nos períodos seguintes para que a tese de valorização se sustente.
A Cogna segue com espaço para ganho operacional, mas o cenário ainda é de recuperação gradual. Os próximos trimestres serão determinantes para entender se a empresa conseguirá consolidar a retomada e se posicionar com mais força no setor educacional.
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