Criado pelo Banco Central, o Sistema de Valores a Receber (SVR) permite que pessoas físicas, empresas e até herdeiros recuperem quantias esquecidas em contas encerradas, tarifas cobradas indevidamente e outras fontes financeiras.
O SVR já devolveu R$ 10,7 bilhões desde sua criação, mas ainda há R$ 10,1 bilhões esperando resgate no Banco Central. Os valores pertencem a mais de 48 milhões de CPFs e CNPJs que ainda não fizeram o saque.
Como consultar se você tem direito ao resgate no Banco Central
A consulta é gratuita e feita diretamente no site oficial do Banco Central, sem necessidade de intermediários.
Basta informar o CPF e a data de nascimento, ou o CNPJ e a data de abertura da empresa. Se houver valores disponíveis, o sistema informará qual instituição financeira está com os recursos.
Para resgatar o dinheiro, é preciso ter uma conta Gov.br com nível prata ou ouro e ativar a verificação em duas etapas.
Novidade: solicitação automática de resgate no Banco Central
Desde maio de 2025, o BC implementou uma nova função no SVR: a solicitação automática de resgate.
Com ela, os cidadãos com chave Pix vinculada ao CPF podem autorizar o sistema a transferir automaticamente os valores liberados para a conta cadastrada.
A adesão é opcional e válida apenas para pessoas físicas. Essa medida busca agilizar o resgate no Banco Central e evitar que o dinheiro continue parado.
Quem ainda não fez o resgate no Banco Central?
Até o fim de maio, 31,3 milhões de correntistas já haviam resgatado seus valores:
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28,4 milhões de pessoas físicas
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2,8 milhões de pessoas jurídicas
Entretanto, mais de 48 milhões de beneficiários ainda não fizeram o saque, sendo:
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43,9 milhões de pessoas físicas
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4,2 milhões de empresas
A maioria desses valores são de baixa quantia, conforme a tabela a seguir:
Faixa de valor | % dos beneficiários |
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Até R$ 10 | 62,84% |
De R$ 10,01 a R$ 100 | 25,06% |
De R$ 100,01 a R$ 1.000 | 10,21% |
Acima de R$ 1.000 | 1,89% |
Apesar dos valores individuais parecerem baixos, juntos somam mais de R$ 10 bilhões disponíveis para resgate no Banco Central.
Tipos de valores que podem ser resgatados
Os recursos disponíveis no SVR vêm de diferentes fontes, como:
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Saldos em contas correntes e poupanças encerradas
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Tarifas e parcelas de crédito cobradas indevidamente
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Cotas de capital em cooperativas de crédito
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Recursos não procurados de consórcios
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Contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas
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Contas de corretoras e distribuidoras desativadas
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Outros valores a devolver por bancos e financeiras
Resgate de valores de pessoas falecidas ou empresas encerradas
É possível fazer o resgate no Banco Central em nome de terceiros. No caso de falecidos, é necessário ser herdeiro, inventariante, testamentário ou representante legal.
Já no caso de empresas encerradas, o responsável pode utilizar seu CPF Gov.br e assinar um termo de responsabilidade.
Cuidado com golpes envolvendo resgate no Banco Central
O BC alerta que não envia links, e-mails, nem solicita dados pessoais. Os serviços do SVR são 100% gratuitos.
Nunca forneça senhas, códigos de verificação ou dados bancários fora do portal oficial. Caso alguém entre em contato prometendo liberar valores, desconfie.
Apenas a instituição financeira listada na consulta do SVR pode entrar em contato diretamente — e mesmo assim, não deve solicitar dados sensíveis.
Por que o resgate no Banco Central é importante?
O valor total disponível para saque representa uma injeção potencial de liquidez na economia brasileira. Com a liberação dos recursos, muitos brasileiros poderão quitar dívidas, reforçar sua reserva de emergência ou até investir.
Para o governo, o sistema cumpre o papel de transparência e devolução de valores que, por vezes, seriam esquecidos para sempre. E para os cidadãos, é uma chance de recuperar dinheiro que é seu por direito.
O resgate no Banco Central é uma oportunidade simples, segura e gratuita de acessar valores esquecidos no sistema financeiro. Com mais de R$ 10 bilhões ainda disponíveis, vale a pena conferir se você, sua empresa ou um familiar falecido tem direito a alguma quantia.
Acesse o site do Banco Central, consulte com seu CPF ou CNPJ e aproveite para recuperar o que é seu. E se quiser agilidade, ative a função de solicitação automática.