Em outubro de 2023, os preços na indústria aumentaram 1,11% em comparação com setembro, marcando o terceiro resultado positivo consecutivo. Nessa análise, 14 das 24 atividades industriais viram um aumento nos preços. O acumulado no ano (-4,43%) foi o menor registrado para um mês de outubro desde o início da série histórica em 2014. A variação em 12 meses ficou em -6,13%, em contraste com o -0,86% registrado em outubro de 2022.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação avalia os preços de produtos “na porta de fábrica”, excluindo impostos e fretes, abrangendo grandes categorias econômicas.
As quatro variações mais intensas entre as atividades analisadas foram observadas em bebidas (6,12%), indústrias extrativas (5,26%), outros equipamentos de transporte (2,19%) e alimentos (2,00%). Alimentos se destacou como o setor industrial mais influente na variação mensal, contribuindo com 0,48 ponto percentual (p.p.) para o aumento de 1,11% na indústria geral.
Outras atividades em destaque incluíram indústrias extrativas, com 0,26 p.p. de influência, bebidas (0,15 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,10 p.p.).
No acumulado do ano, a variação foi de -4,43%, em comparação com a taxa acumulada de 5,03% no mesmo período de 2022. Esta é a menor variação acumulada para um mês de outubro desde 2014.
Entre as atividades, as maiores variações acumuladas no ano foram observadas em papel e celulose (-15,48%), outros produtos químicos (-15,18%), indústrias extrativas (14,81%) e refino de petróleo e biocombustíveis (-12,56%).
As principais influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (-1,51 p.p.), outros produtos químicos (-1,33 p.p.), alimentos (-0,94 p.p.) e indústrias extrativas (0,64 p.p.).
A variação em 12 meses foi de -6,13% em outubro, comparada a -7,97% no mês anterior. Os setores com as quatro maiores variações de preços em relação a outubro do ano anterior foram outros produtos químicos (-21,11%), refino de petróleo e biocombustíveis (-16,54%), papel e celulose (-14,37%) e metalurgia (-10,67%). Os setores mais influentes foram refino de petróleo e biocombustíveis (-2,04 p.p.), outros produtos químicos (-1,95 p.p.), alimentos (-1,02 p.p.) e metalurgia (-0,66 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, os resultados de outubro foram: 0,34% de variação em bens de capital (BK); 1,21% em bens intermediários (BI); e 1,14% em bens de consumo (BC), com variação de 0,47% em bens de consumo duráveis (BCD) e 1,28% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND).
Bens intermediários, representando 55,97% do índice geral, contribuíram com 0,68 p.p. para a variação de 1,11% nas indústrias extrativas e de transformação. Bens de consumo contribuíram com 0,41 p.p., enquanto bens de capital contribuíram com 0,03 p.p.
No acumulado do ano, as variações nas grandes categorias econômicas foram: -0,96% para bens de capital; -6,79% para bens intermediários; e -1,31% para bens de consumo, com bens de consumo duráveis aumentando 2,44% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis diminuindo -2,05%.
Em termos de influência no acumulado do ano, bens de capital contribuíram com -0,07 p.p., bens intermediários com -3,90 p.p. e bens de consumo com -0,46 p.p. no resultado agregado da indústria. Bens de consumo duráveis contribuíram com 0,14 p.p., enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis contribuíram com -0,60 p.p.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 0,54% para bens de capital, -9,46% para bens intermediários e -1,96% para bens de consumo, com bens de consumo duráveis aumentando 2,50% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis diminuindo -2,82%.
Com peso de 7,72% no índice geral, bens de capital contribuíram com 0,04 p.p. para a variação acumulada de -6,13% em 12 meses na indústria em outubro. O resultado de outubro de 2023 também refletiu uma influência de -0,68 p.p. de bens de consumo e -5,49 p.p. de bens intermediários.
A variação mensal dos preços das indústrias extrativas foi positiva pelo quarto mês consecutivo, com aumento de 5,26% em outubro. O acumulado no ano foi de 14,81%, marcando uma mudança em relação ao mesmo período do ano anterior (0,90%), e o acumulado em 12 meses ficou positivo em 4,77%.
Alimentos registrou variação positiva pelo segundo mês consecutivo, com aumento de 2,00% em outubro, em comparação com 0,40% em setembro. O acumulado no ano foi de -3,87%, e o acumulado em 12 meses foi de -4,26%.
Bebidas teve variação de preços de 6,12% em outubro, revertendo a tendência do mês anterior. O acumulado no ano (7,98%) foi próximo ao de agosto (7,14%) e inferior ao de outubro de 2022 (15,16%). O acumulado em 12 meses foi de 8,36%.
Refino de petróleo e biocombustíveis registrou variação positiva pelos últimos três meses (0,92% em outubro), menor do que nos meses anteriores. O acumulado no ano passou de -13,36% em setembro para -12,56% em outubro. O acumulado em 12 meses permaneceu negativo em -16,54%.
Os preços dos produtos químicos subiram pelo terceiro mês consecutivo, com variação de 1,07% em outubro. O acumulado no ano foi de -15,18%, e o acumulado em 12 meses foi de -21,11%.
A metalurgia teve variação de -0,24% em outubro, marcando o sexto resultado negativo consecutivo. Em 2023, a queda acumulada foi de 8,67%, e nos últimos 12 meses, a redução foi de 10,67%, tornando-se a quarta mais intensa em termos de variação e influência (-0,66 p.p. em -6,13%) entre as 24 atividades pesquisadas no IPP.
O setor tem sido influenciado pelos metais não ferrosos e pela siderurgia, com o último grupo apresentando uma queda de 1,68% em outubro. A variação acumulada no ano foi de -9,53%, e nos últimos 12 meses, a queda foi de 12,80%. O grupo siderúrgico tem enfrentado baixa demanda interna por produtos de aço e a necessidade de manter preços competitivos devido ao aumento das importações, compensando a alta nos preços dos minérios de ferro.