O desempenho econômico dos estados brasileiros vem mostrando uma tendência clara: aqueles com maior abertura econômica estão crescendo acima da média nacional. O conceito de economias abertas se refere à capacidade de um estado ou nação de interagir com mercados internacionais, exportando e importando mercadorias e serviços de forma mais dinâmica e integrada. No Brasil, essa abertura econômica tem se mostrado uma ferramenta essencial para alavancar o crescimento, especialmente em estados como Mato Grosso, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
A Força da Abertura Econômica
A ideia de que economias abertas tendem a prosperar mais rápido não é nova. Desde Adam Smith, no século XVIII, teóricos econômicos já defendiam o livre comércio como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento econômico. Hoje, essa teoria se comprova ao observarmos o desempenho de algumas das economias estaduais mais dinâmicas do Brasil. Em 2023, enquanto a média nacional de crescimento do PIB foi de 2,9%, estados com maior interação com o comércio exterior, como Mato Grosso e Espírito Santo, superaram essa marca com folga.
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A abertura econômica pode ser medida pela relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) e o volume de exportações e importações. No caso de Mato Grosso, essa abertura chegou a 63%, enquanto no Espírito Santo foi de 42%. Em comparação, a média nacional é de apenas 27%. Esses números mostram que quanto maior a interação com o mercado global, mais expressivo tende a ser o crescimento econômico.
Vantagens e Desafios das Economias Abertas
Ainda que as economias abertas estejam mais suscetíveis a flutuações nos mercados globais, elas também encontram, fora do Brasil, uma demanda consistente para seus produtos, especialmente no setor agrícola e de commodities. Mato Grosso, por exemplo, é um dos maiores exportadores de soja e milho do mundo, enquanto o Espírito Santo se destaca na exportação de minério de ferro e café. Além disso, a diversificação econômica e o fortalecimento da infraestrutura logística, como portos e rodovias, foram fatores cruciais para conectar esses estados ao comércio exterior.
Embora as exportações desses estados estejam vulneráveis a variações nos preços internacionais, a flexibilidade de suas economias e a capacidade de adaptação a novas demandas globais ajudam a mitigar riscos. O equilíbrio entre crescimento externo e interno também tem sido uma peça-chave nesse processo. Um exemplo notável foi o crescimento de 15,23% do PIB do Espírito Santo em 2010, quando o estado conseguiu combinar o dinamismo do mercado interno com um cenário favorável de exportações.
Diversificação Econômica como Pilar
Outro fator que impulsiona o crescimento dessas “onças” econômicas é a diversificação das suas atividades produtivas. O Centro-Oeste, por exemplo, além de ser um polo agrícola, vem investindo em agroindústria, gerando valor agregado aos produtos exportados. Já estados do Sul, como Paraná e Santa Catarina, estão se tornando polos de inovação tecnológica e produção industrial, o que amplia ainda mais suas interações com o mercado global.
Além disso, estados com maior abertura econômica também tendem a ter uma gestão fiscal mais eficiente. A solidez fiscal permite maior capacidade de investimento em infraestrutura e serviços, criando um ambiente mais favorável para negócios e atração de investimentos estrangeiros.
A Expansão da Fronteira Agrícola
No Centro-Oeste, a expansão da fronteira agrícola foi um dos grandes motores do crescimento econômico nas últimas décadas. Com a incorporação de novas áreas de cultivo e o aumento da produtividade, estados como Mato Grosso e Goiás se tornaram protagonistas do agronegócio brasileiro. A produção de soja, milho e algodão nesses estados não só abastece o mercado interno como também é uma das principais fontes de divisas para o país.
A criação de plataformas logísticas, como a construção de ferrovias e a modernização de portos, tem sido outro fator que facilita a integração desses estados ao comércio internacional. O aumento da capacidade de escoamento da produção agrícola, em especial para mercados da Ásia e Europa, impulsiona ainda mais o crescimento dessas regiões.
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O Papel das Exportações na Sustentação do Crescimento
Estados com economias abertas têm nas exportações um pilar fundamental para o crescimento. Mesmo em momentos de retração do mercado interno, a demanda global por commodities agrícolas e minerais garante um fluxo de receitas contínuo. Além disso, as políticas de incentivo à exportação, como a redução de impostos e tarifas, criam um ambiente favorável para o aumento das vendas externas.
O Espírito Santo, por exemplo, tem sua economia fortemente vinculada à exportação de minério de ferro e café, dois dos produtos brasileiros mais demandados no exterior. Esse dinamismo faz com que o estado seja menos dependente das oscilações do mercado interno, o que traz mais estabilidade e previsibilidade ao seu crescimento econômico.
As Onças Brasileiras
Se os tigres asiáticos foram o motor do crescimento global nas últimas décadas, as “onças” brasileiras, representadas por estados como Mato Grosso, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina, despontam como protagonistas no cenário econômico nacional. Esses estados, com suas economias mais abertas, mostram que o Brasil tem o potencial de se desenvolver de forma mais rápida e eficiente ao adotar políticas de integração com o mercado global.
A abertura econômica, combinada com diversificação, infraestrutura e solidez fiscal, é uma receita que está funcionando para essas regiões e pode servir de exemplo para outras partes do país. O desafio agora é garantir que esses fatores continuem impulsionando o desenvolvimento de forma sustentável, beneficiando não apenas as economias regionais, mas todo o Brasil.
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