O banco Morgan Stanley projeta Ibovespa a 189 mil pontos até meados de 2026, com base em uma combinação de cenário político em transição, fundamentos econômicos sólidos e reprecificação positiva do mercado brasileiro. A recomendação do banco para o Brasil passou a ser de exposição acima da média (“overweight”), refletindo o novo otimismo.
Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira (20), a previsão de que o Ibovespa alcance 189 mil pontos é sustentada por uma melhora na percepção de risco político e pela expectativa de redução das taxas de juros — tanto no Brasil quanto globalmente. A análise também aponta a possível desvalorização do dólar como mais um fator que pode fortalecer a tendência de alta da Bolsa brasileira.
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Ciclo político impulsiona visão otimista
A avaliação do Morgan Stanley é que o intenso ciclo eleitoral previsto para os próximos 18 meses poderá levar a uma mudança na condução da política fiscal. Isso contribuiria para melhorar o apetite por risco entre investidores institucionais e estrangeiros, reforçando a valorização dos ativos de risco no Brasil.
Embora o banco não espere alterações imediatas nas diretrizes econômicas, apenas a perspectiva de mudança já seria suficiente para impulsionar o Ibovespa — por isso, o Morgan Stanley projeta Ibovespa em patamar historicamente elevado.
Sinais de desgaste e comparação com ciclos anteriores
O relatório observa que a popularidade do presidente Lula segue trajetória semelhante à de Jair Bolsonaro, com níveis de aprovação baixos em relação à média histórica de presidentes reeleitos. A leitura política do banco indica que o desgaste do governo atual pode abrir espaço para uma agenda econômica mais ortodoxa a partir de 2026, o que tende a favorecer estatais, bancos e concessionárias listadas na Bolsa.
Setores mais beneficiados
Com essa projeção, o Morgan Stanley ajustou sua carteira recomendada, ampliando peso nos seguintes setores:
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Serviços financeiros e bancos: com valuation atrativo e resiliência mesmo em cenário de juros mais altos.
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Estatais: como Petrobras e Banco do Brasil, com possível reprecificação diante de mudanças políticas.
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Utilities e concessões: que se beneficiam da previsibilidade e da retomada de investimentos públicos.
Valuation barato e cenário técnico
Outro fator central para que o Morgan Stanley projeta Ibovespa em alta é o valuation atual da Bolsa. Segundo o banco, os múltiplos da B3 seguem bastante descontados em relação a mercados desenvolvidos e até a outros emergentes.
Com uma alocação ainda concentrada em renda fixa, o investidor local tende a migrar para ações conforme a taxa Selic cai. A combinação de juro menor, possível valorização cambial e perspectiva de transição política torna o mercado de renda variável brasileiro bastante atrativo.
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