O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no Brasil, registrou um aumento para 0,38% em abril, em comparação com os 0,16% observados em março, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, o IPCA atingiu uma alta de 1,80%, enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi de 3,69%.
Os dados de abril surpreenderam as expectativas, uma vez que o consenso dos analistas estimava uma inflação de 0,35% no mês e de 3,66% nos últimos 12 meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em abril. Os grupos que mais se destacaram foram Saúde e Cuidados Pessoais (1,16%) e Alimentação e Bebidas (0,70%), que foram responsáveis pelos maiores impactos no índice do mês.
Saúde e Cuidados Pessoais: O grupo foi impactado principalmente pelo aumento nos preços dos produtos farmacêuticos (2,84%), em decorrência do reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a partir de 31 de março.
Alimentação e Bebidas: No segmento de alimentação no domicílio, houve uma aceleração de 0,59% para 0,81% em abril. Itens como mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%) registraram as maiores altas, influenciadas pela menor oferta desses produtos devido a fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no início de 2024.
Transportes: O grupo apresentou uma queda significativa na passagem aérea (-12,09%), enquanto os combustíveis (1,74%) registraram aumentos, com destaque para o etanol (4,56%) e a gasolina (1,50%). A variação do metrô (1,72%) foi influenciada pelo reajuste no Rio de Janeiro, enquanto em ônibus urbano (0,01%) houve reajuste em Campo Grande.
Habitação: Este grupo registrou uma queda de 0,01%, influenciada pelo aumento da taxa de água e esgoto e pelos reajustes tarifários na energia elétrica residencial.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC: O INPC teve alta de 0,37% em abril, com uma variação de 3,23% nos últimos 12 meses, abaixo dos 3,40% observados no período anterior. Os preços dos alimentos e não alimentos apresentaram aumentos, com destaque para a queda de preços em Fortaleza (-0,13%) e a alta em Aracaju (0,84%).
Diante desses dados, observa-se uma aceleração da inflação, principalmente impulsionada pelo aumento nos preços dos alimentos e transporte, o que pode impactar o poder de compra dos consumidores e influenciar as políticas monetárias do país.