Na próxima semana, os economistas preveem um novo corte de meio ponto percentual na taxa Selic. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) iniciará uma reunião de dois dias na terça-feira para decidir sobre a taxa de juros básica da economia brasileira, com o anúncio previsto para a noite de quarta-feira, 13.
Todos os especialistas consultados concordam com uma redução nessa magnitude, considerando as últimas comunicações do Banco Central do Brasil, incluindo comunicados e atas, que indicam essa como a opção provável. No entanto, persistem dúvidas sobre os passos futuros, havendo divergências quanto ao nível que a Selic pode atingir como taxa terminal em 2024.
Rafael Ihara, economista na Meraki Asset, observa que há consenso sobre o corte de 50 pontos-base nesta reunião, mas ressalta a discussão em andamento sobre as próximas decisões. Ele destaca a possibilidade de o Banco Central manter a abordagem plural, apesar de alguns argumentarem que adotar uma postura mais flexível daria maior liberdade. No entanto, Ihara acredita que mudar a comunicação neste momento seria prejudicial e pouco sensato.
Helena Veronese, economista na B.Side, concorda que o corte não surpreenderá, enfatizando que o foco estará no comunicado. Ela sugere que o tom mais duro adotado no último documento refletia um cenário externo adverso, mas com a melhora nas condições internacionais, espera um comunicado mais suave. Ela destaca que as preocupações sobre um aumento nos preços do petróleo não se concretizaram.
Saiba o que o mercado comentou sobre a terceira queda seguida da taxa Selic
Em relação ao cenário doméstico, Veronese considera a inflação com uma tendência benigna, mas destaca preocupações fiscais, incluindo a manutenção da meta fiscal e questões relacionadas à desoneração da folha de pagamentos. Ela não vê espaço para uma aceleração no ritmo de cortes e projeta uma taxa terminal de 9,75% no próximo ano.
Paula Magalhães, economista-chefe da A.C. Pastore Consultores, compartilha a visão de que o consumo tem impacto significativo na atividade econômica brasileira. Ela destaca que o ritmo de cortes já começou em uma velocidade considerável e sugere que o Copom coloque condicionantes para manter esse nível de cortes nas próximas reuniões, evitando que o mercado antecipe uma aceleração. Magalhães alerta que a batalha contra a inflação ainda não está ganha.
No relatório, José Francisco de Lima, economista-chefe do Banco Fator, prevê que o Copom deixará de anunciar sua intenção para os próximos dois meses, uma posição que vem sendo adotada. Ele aponta para possíveis sinais de posturas divididas no Copom, especialmente após as mudanças em sua composição, com dois novos membros indicados por Lula, o que poderia tornar o Comitê mais flexível para ajustar o ritmo de queda da Selic.