O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a decisão de manter a taxa básica de juros (Selic) em 12,25% ao ano. A decisão reflete as incertezas no cenário internacional e a cautela em relação ao ambiente econômico global.
O economista chefe da Oriz, Marcos de Marchi, enfatizou que o Copom reforçou a ideia de um cenário internacional incerto, levando em consideração a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, a resiliência da inflação em diversos países e tensões geopolíticas. Mesmo diante desse quadro desafiador, o Banco Central não indicou uma redução no ritmo dos cortes da Selic.
A expectativa do Copom, conforme indicado em seu comunicado, reforça a previsão de que a Selic poderá atingir 9% até setembro de 2024. O Banco Central, contudo, não prevê mudanças significativas no quadro fiscal. Entretanto, ressaltou que, caso a meta fiscal seja alterada, a instituição poderá considerar uma postura diferente.
Diversos analistas e instituições financeiras reagiram à decisão do Copom, cada um com sua interpretação do comunicado e suas projeções para a taxa de juros.
O BTG, representado por Álvaro Frasson, avaliou que o Copom indicou cortes de 0,50 pontos percentuais nas próximas duas reuniões, mas ponderou que, se o Fed não reduzir as taxas de juros no segundo trimestre de 2024, o BC brasileiro precisará desacelerar seus cortes.
A XP, por meio de suas análises, reiterou a perspectiva de cortes sucessivos de 0,50 pontos percentuais, prevendo uma Selic terminal em 10% até 2024.
Análises do Banco BV, XP e ASA destacaram a preocupação do BC com a reancoragem parcial das expectativas de inflação e os riscos globais, indicando a manutenção da taxa Selic em níveis contracionistas.
Daniel Cunha, da BGC Liquidez, interpretou o comunicado como sendo mais rígido, salientando a postura cautelosa do BC ao mapear as taxas de juros americanas e a ligeira piora nas projeções de inflação.
As expectativas sobre o fim do ciclo da Selic variam entre os analistas. Enquanto alguns preveem uma taxa em torno de 9,75%, outros acreditam que ela poderia atingir até 10,5%, destacando a incerteza nesse cenário.
O Banco Central acertou ao aguardar uma definição sobre a situação da meta fiscal, mantendo sua abordagem cautelosa em relação à política monetária.