EUA vai reagir caso Bolsonaro for preso na Papuda, diz vice-secretário de Estado dos EUA

EUA prometem reagir caso Jair Bolsonaro seja preso na Papuda. Governo Trump avalia novas sanções contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente.
Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao centro das tensões diplomáticas entre o e os Estados Unidos. Nesta quarta-feira (17), o vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, afirmou em sua conta oficial no X (antigo Twitter) que Washington responderá “adequadamente a essa caça às bruxas política” caso o ex-chefe do Executivo brasileiro seja transferido para cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

A manifestação ocorreu em reação a uma reportagem que apontou preocupação dentro do Supremo Tribunal Federal () de que a pressão internacional poderia acelerar a decisão sobre o regime de cumprimento da pena do ex-presidente. Bolsonaro já foi condenado pelo STF pelo crime de organização criminosa no processo que investigou a tentativa de de Estado.

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Landau chama julgamento de Bolsonaro de “farsa política”

Na publicação, Landau afirmou que a condução do caso de Bolsonaro compromete a imagem do Brasil no cenário internacional.

“Se essa reportagem for precisa, apenas confirma que todo o processo judicial em curso no Brasil é uma farsa política. Aqueles que alegam estar seguindo o Estado de Direito não podem aumentar a pena de um réu criminal à luz da resposta de terceiros à sua decisão”, escreveu o diplomata.

Ele reforçou que os EUA, sob a liderança do presidente e do secretário de Estado Marco Rubio, não irão se intimidar:

“Os responderão e não serão dissuadidos por ameaças judiciais”, completou.


Washington prepara novas medidas contra o Brasil

O vice-secretário não detalhou quais os EUA podem adotar, mas Marco Rubio adiantou, em entrevista à Fox News, que sanções estão sendo desenhadas e devem ser divulgadas “na próxima semana ou algo assim”.

Rubio classificou a condenação de Bolsonaro como “mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial”, e sugeriu que a pressão de Brasília não se restringe a políticos, mas se estenderia a empresas americanas e cidadãos fora do território dos EUA.

As opções estudadas pelo americano incluem:

  • Sanções econômicas gerais, como aumento de tarifas de importação e revisão de isenções fiscais concedidas a produtos brasileiros;

  • Sanções direcionadas, atingindo figuras específicas do governo brasileiro e até ministros do STF envolvidos na condenação de Bolsonaro.


O que está em jogo para o Brasil e Bolsonaro

O endurecimento do discurso de Washington reforça a gravidade do embate. Caso os EUA optem por sanções amplas, setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a de commodities, podem ser diretamente afetados. Por outro lado, medidas personalizadas contra autoridades brasileiras elevariam a crise institucional sem atingir de forma imediata a economia.

Enquanto isso, Bolsonaro segue em prisão domiciliar, mas com o risco real de transferência para a Papuda. Seus advogados sustentam que o ex-presidente nunca ordenou qualquer ato contra a democracia e pedem revisão da condenação.

A possível prisão em regime fechado de Jair Bolsonaro abre mais um capítulo delicado da relação entre Brasil e Estados Unidos. A promessa de sanções por parte do governo Trump coloca pressão extra sobre o STF e pode gerar impactos diplomáticos e econômicos relevantes.

Independentemente do desfecho, a questão evidencia como o julgamento de Bolsonaro extrapola as fronteiras nacionais e se tornou um tema geopolítico, capaz de influenciar tanto a política interna quanto as relações internacionais do Brasil.

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