A empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper em uma negociação que encerra uma batalha judicial que durava mais de oito anos. A J&F Investimentos, holding que representa os interesses da família Batista, anunciou nesta terça-feira (14) que comprará os 49% restantes da Eldorado Brasil Celulose que estavam em posse da companhia indonésia Paper Excellence.
Essa movimentação encerra uma das disputas societárias mais longas e emblemáticas do setor de celulose. Desde 2017, a Paper tentava adquirir o controle total da Eldorado, após comprar 49,41% da empresa. O contrato inicial previa a transferência de 100% do controle, mas a transação foi judicializada após divergências entre as partes.
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Entenda a origem da disputa pela Eldorado Brasil
A empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper após anos de impasses contratuais e batalhas em diversas jurisdições. De um lado, a J&F alegava que a Paper não cumpriu obrigações contratuais como a liberação de garantias. De outro, a multinacional indonésia acusava a J&F de bloquear a concretização da venda.
A disputa se intensificou com arbitragens internacionais. Em 2021, o tribunal arbitral da ICC Brasil decidiu por unanimidade que a J&F deveria cumprir o contrato e vender sua participação restante. Porém, a empresa dos Irmãos Batista contestou a validade dessa decisão na Justiça brasileira, apontando inclusive questões legais envolvendo a posse de terras por estrangeiros.
Agora, com a nova negociação, a empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper em bases consensuais e encerra todas as disputas judiciais e arbitrais.
Implicações legais e estratégicas do novo acordo
Um dos principais argumentos da J&F para contestar a venda da Eldorado Brasil à Paper estava relacionado à Lei de Terras, que limita a aquisição de grandes áreas rurais por estrangeiros. A Eldorado administra cerca de 450 mil hectares, o que poderia violar as regras brasileiras.
A empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper e se compromete a manter o controle da Eldorado Brasil em mãos nacionais. Essa medida evita potenciais bloqueios legais e também responde a preocupações regulatórias levantadas durante o processo.
Com isso, espera-se que a estabilidade institucional da Eldorado seja restaurada e que novos planos estratégicos possam ser desenvolvidos sem incertezas sobre sua governança.
Setor de celulose observa movimentação com otimismo
A Eldorado Brasil é uma das líderes em eficiência e produção de celulose no país. Sua capacidade de produção, tecnologia de ponta e portfólio de ativos florestais a posicionam como peça-chave no mercado global.
A empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper em um momento de recuperação para o setor. Analistas avaliam que o fim da disputa pode permitir uma possível abertura de capital (IPO) da Eldorado, além de facilitar investimentos em expansão e sustentabilidade.
A movimentação é vista como positiva para o ambiente de negócios no Brasil, demonstrando que até mesmo embates complexos entre grandes grupos podem ser resolvidos por meio do diálogo e do entendimento estratégico.
Repercussão e próximos passos após o acordo
Após o anúncio de que a empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper, fontes próximas indicam que todas as ações judiciais e arbitragens pendentes serão arquivadas. O acordo definitivo será assinado nas próximas 24 horas, com previsão de conclusão das formalidades legais até o final de junho.
O mercado reage de forma positiva, e há expectativas de valorização dos ativos ligados à J&F. O grupo, que controla também empresas como JBS, Banco Original e Flora, reafirma seu foco na diversificação e na expansão de longo prazo.
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Considerações finais: fim de uma era de incertezas
Com esse desfecho, a empresa dos Irmãos Batista fecha acordo com Paper e dá fim a um dos capítulos mais conturbados da história recente do setor industrial brasileiro. A aquisição da Eldorado Brasil em sua totalidade permite que a J&F avance com planos de longo prazo para a empresa, preservando ativos estratégicos em solo nacional.
A Eldorado, por sua vez, se beneficia da estabilidade e poderá focar no crescimento sustentável e na inovação. O encerramento da disputa reforça a importância da governança transparente e do respeito às normas nacionais em transações internacionais.