Crise no arroz no RS tem pressionado produtores e empresas como a SVP Agrícola, que renegocia dívidas e busca um sócio para enfrentar a queda dos preços e ajustar operações.
Queda dos preços do arroz e impacto na produção gaúcha
Os preços do arroz no Rio Grande do Sul caíram mais de 30% desde o início do ano. Isso aconteceu porque a safra deste ano foi a maior dos últimos oito anos. Com mais arroz disponível, os valores no mercado caíram bastante.
A queda dos preços afetou muito os produtores locais. Muitos deles tinham investido na expansão das plantações devido ao boom dos preços no ano passado. Agora, as margens de lucro estão muito apertadas.
A situação piora com o crescimento das importações, especialmente do Paraguai, que superaram as exportações nos primeiros meses da safra. Além disso, a produção mundial também atingiu recordes, o que tira espaço para o arroz brasileiro no mercado global.
Fernando Stein, da SVP Agrícola, descreve esse momento como uma crise muito sistêmica. Produtores enfrentam dívidas e dificuldades para pagar fornecedores, revendas e bancos. Por isso, muitos buscam renegociar suas dívidas para tentar sobreviver no setor.
Estratégias da SVP Agrícola para renegociação e busca de sócio
A SVP Agrícola enfrenta uma crise com dívidas acumuladas devido à queda dos preços do arroz. Cerca de 80% dessas dívidas já foram renegociadas, mas com juros altos, como o custo fixo de 18% ao ano em um acordo recente.
Fernando Stein, líder da empresa, explicou que as renegociações têm sido duras, mas estão conseguindo prazos melhores para pagar. A empresa também negociará com fornecedores para garantir insumos para a próxima safra.
Para reduzir a alavancagem, que está perto de 4 vezes, a SVP Agrícola busca um sócio investidor. O objetivo é diminuir esse índice para aproximadamente 2 vezes, o que traria mais segurança financeira.
Além disso, a empresa vem fazendo cortes importantes, como reduzir o número de funcionários no escritório e vender ativos não essenciais, como uma participação em um avião pequeno. Também devolveu arrendamentos de fazendas menores para focar em áreas maiores e manter a área plantada em torno de 7,5 mil hectares.
Essas estratégias indicam uma tentativa de se reinventar e se ajustar ao cenário difícil do mercado de arroz no RS, buscando equilíbrio financeiro e preparação para a próxima temporada.