O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 12,25% ao ano. A decisão foi tomada em meio a um ambiente externo adverso, influenciado pela elevação das taxas de juros mais longos nos Estados Unidos, pressões inflacionárias e tensões geopolíticas.
No cenário doméstico, os indicadores econômicos seguem alinhados com a previsão do Copom de desaceleração nos próximos trimestres. Embora a inflação ao consumidor tenha desacelerado, ela permanece acima do intervalo compatível com as metas estabelecidas. As projeções para os próximos anos situam-se em torno de 4,6% em 2023, 3,9% em 2024 e 3,5% em 2025, segundo a pesquisa Focus.
As projeções do Copom indicam 4,7% em 2023, 3,6% em 2024 e 3,2% em 2025 para a inflação, enquanto os preços administrados são previstos em 9,3% em 2023, 5,0% em 2024 e 3,6% em 2025.
Diante da incerteza do cenário atual, marcado pelo contexto internacional, o Copom decidiu por uma redução na taxa de juros. A análise considerou a importância do cumprimento das metas fiscais, fator determinante na condução da política monetária.
O Copom ressaltou que a conjuntura demanda cautela na condução da política monetária, visando à estabilidade de preços. A redução da taxa de juros visa à convergência da inflação para a meta, promovendo a suavização das flutuações econômicas.
Os membros do Comitê preveem novas reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões, acreditando que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de desinflação. O ciclo de flexibilização, ao longo do tempo, dependerá da evolução da inflação e de outros fatores sensíveis à política monetária.
Votaram pela redução de 0,50 ponto percentual os membros do Comitê, em busca de uma trajetória de desinflação e a ancoragem das expectativas de inflação.