Pela primeira vez desde 2021, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o retorno da bandeira vermelha patamar 2 nas contas de luz para o mês de setembro. A medida, divulgada nesta sexta-feira (30), reflete os altos custos de geração de energia e resultará em um acréscimo de R$ 7,88 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos pelos brasileiros.
A decisão foi tomada devido à previsão de chuvas abaixo da média histórica para o mês, aliada a um clima seco com temperaturas elevadas em todo o país. Este cenário adverso leva ao acionamento das termelétricas, que possuem custos de operação mais elevados em comparação às hidrelétricas.
Segundo a Aneel, a bandeira vermelha patamar 2 não era acionada desde agosto de 2021. Esse período foi marcado por uma alta expressiva na inflação do país, que atingiu 10,25%, refletindo o impacto das tarifas de energia sobre o custo de vida dos brasileiros. A sequência de bandeiras verdes, que começou em abril de 2022, foi quebrada apenas em julho de 2024, com a ativação da bandeira amarela, seguida pela bandeira verde em agosto.
A expectativa de afluência nos reservatórios, que ficou cerca de 50% abaixo da média, foi um dos fatores determinantes para a reativação da bandeira vermelha. A Terra Investimentos, consultoria financeira, estima que a medida deve adicionar 0,52 pontos percentuais ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, levando a uma revisão da projeção de inflação para 2024, de 4,35% para 4,87%, superando o teto da meta estabelecida e reforçar as apostas em aumento da taxa Selic na reunião de setembro.