O Banco Central (BC) aprovou nesta segunda-feira (4) o aumento de capital do Banco Master em R$ 1 bilhão, elevando o capital social da instituição de R$ 3,763 bilhões para R$ 4,763 bilhões. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e representa o segundo aporte bilionário feito em 2025.
Capitalização faz parte de compromisso com o BC
O aumento de capital do Banco Master cumpre um compromisso firmado pelos controladores da instituição com o Banco Central. O objetivo é fortalecer o balanço da empresa em meio à análise de uma negociação relevante com o Banco de Brasília (BRB), que estuda a compra de ativos do Master.
A injeção total de R$ 2 bilhões — somando os dois aportes de 2025 — é considerada essencial para sustentar a operação e atender às exigências regulatórias de solidez e liquidez.
Modelo de negócios do Master levanta alertas no mercado
Apesar da capitalização, o modelo de atuação do Banco Master segue sob análise e preocupação de reguladores e investidores. A instituição cresceu com forte emissão de CDBs garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), oferecendo rendimentos acima da média de mercado para atrair investidores.
Os recursos captados eram aplicados em ativos considerados de maior risco, como precatórios, pré-precatórios e ações de empresas com dificuldades financeiras. Essa estratégia despertou o alerta do Banco Central e motivou reações recentes do Conselho Monetário Nacional (CMN).
CMN altera regras do FGC para reduzir exposição ao risco
Em resposta ao modelo de atuação adotado por instituições como o Master, o CMN decidiu mudar regras do FGC na última sexta-feira (1º). A nova regulação amplia a contribuição de bancos que operam com alta emissão de papéis garantidos e direciona os recursos captados para investimentos mais seguros — como títulos públicos federais e ativos líquidos.
A mudança busca evitar riscos sistêmicos no mercado financeiro e pressionar instituições a adotar práticas mais prudentes de gestão de passivos e ativos.
Aumento de capital do Banco Master é visto como medida preventiva
Analistas de mercado veem o aumento de capital do Banco Master como um movimento preventivo e necessário. Ele melhora a percepção de risco da instituição no curto prazo e cria condições mais favoráveis para a eventual aprovação da operação com o BRB.
No entanto, a capitalização por si só não resolve as dúvidas em torno do modelo de negócio. O banco ainda precisa provar que consegue manter rentabilidade e governança compatíveis com as novas exigências do sistema financeiro.
Reforço no caixa é positivo, mas incertezas persistem
A autorização do aumento de capital do Banco Master é um passo importante para a estabilidade da instituição e para o avanço da negociação com o BRB. No entanto, a supervisão regulatória mais rígida e as novas regras do FGC indicam que o banco precisará adaptar sua estratégia de captação e alocação de recursos.
