A atividade industrial da China registrou uma queda inesperada em maio de 2025, segundo o índice de gerentes de compras (PMI) divulgado pela Caixin nesta terça-feira. O dado reacende preocupações sobre os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos e pressiona o governo chinês a adotar novas medidas de estímulo econômico.
O PMI industrial da Caixin caiu para 48,3 em maio, contra uma previsão de 50,8 feita por analistas. O índice também recuou em relação aos 50,4 registrados em abril, indicando contração na atividade fabril — o primeiro recuo do indicador em 19 meses. Leituras abaixo de 50 sinalizam retração na indústria manufatureira.
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Demanda externa em queda e alta dos estoques pressionam setor
O principal fator que contribuiu para o recuo da atividade industrial da China foi a queda acentuada nos pedidos de exportação, afetados diretamente pelas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A pesquisa revelou que os novos pedidos diminuíram no ritmo mais rápido em dois anos e meio, refletindo um cenário de enfraquecimento da demanda global por produtos chineses.
Outro ponto crítico foi o acúmulo de estoques nas fábricas, o que reduziu a necessidade de aumento da produção. Paralelamente, os custos de insumos e produção continuaram a cair, sugerindo que o setor industrial enfrenta uma pressão deflacionária persistente — um sinal preocupante para a sustentabilidade da recuperação econômica.
Diferenças entre os PMIs da Caixin e do governo
A leitura do PMI da Caixin contrasta com o índice oficial do governo, embora ambos indiquem contração pelo segundo mês consecutivo. A principal diferença está na composição da amostra: enquanto o PMI do governo foca grandes estatais, especialmente localizadas no norte do país, o da Caixin concentra-se em pequenas e médias empresas privadas do sul da China. Isso dá ao mercado uma visão mais ampla e detalhada da atividade industrial da China.
Guerra comercial e incertezas nas negociações com os EUA
Apesar de Pequim e Washington terem anunciado, em maio, um acordo temporário para reduzir algumas tarifas, as barreiras comerciais ainda estão em níveis elevados. A paralisação recente das negociações entre os dois países sinaliza que um acordo duradouro parece cada vez mais distante, o que pode prolongar o impacto negativo no setor industrial chinês.
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Estímulos do governo podem ser antecipados
Com a atividade industrial da China dando sinais de enfraquecimento, cresce a pressão sobre o governo chinês para implementar rapidamente novos estímulos econômicos. Especialistas esperam que Pequim anuncie em breve medidas fiscais mais robustas, com foco em impulsionar o consumo interno e dar suporte às pequenas indústrias, que têm sido as mais afetadas pela desaceleração e pelos custos da guerra comercial.