Redução de tarifas Argentina é uma medida que pode reverberar fortemente no mercado global de farelo de soja. Com impostos menores, o país ganha competitividade num cenário que enfrenta excesso de oferta, mexendo com a disputa entre Brasil, EUA e Argentina nas exportações desse importante produto. Vamos entender como esse movimento influencia o setor agrícola mundial.
Argentina reduz tarifas de exportação e fortalece mercado de farelo de soja
A Argentina anunciou uma redução permanente nas tarifas de exportação de farelo e óleo de soja, que passam de 31% para 24,5%. Essa medida também beneficia a soja em grão, com alíquotas caindo de 33% para 26%, e o milho, que terá tarifas reduzidas de 12% para 9,5%. A redução nas taxas é um movimento importante para a competitividade do país no mercado global.
Esse ajuste nas tarifas, confirmado pelo presidente Javier Milei, visa fortalecer a posição argentina numa fase em que o mercado enfrenta excesso de oferta de farelo de soja, usado principalmente na alimentação animal. Com preços da commodity nos níveis mais baixos dos últimos cinco anos, a redução torna o farelo argentino mais atrativo para compradores internacionais.
Os estoques finais de farelo de soja estão estimados em 18,6 milhões de toneladas para a safra 2025/26, conforme dados do USDA, indicando um volume recorde. A tendência é que o crescimento continuo da demanda mundial por biocombustíveis estimule ainda mais a produção e exportação do farelo.
A posição estratégica da Argentina, com suas plantas industriais próximas aos portos, facilita a logística das exportações. Além disso, o país mantém relações comerciais sólidas com importadores que valorizam a qualidade do farelo argentino.
Apesar das reduções tarifárias, a Argentina ainda enfrenta desafios para competir com vizinhos como Brasil e Uruguai, que não aplicam impostos similares e vêm expandindo sua infraestrutura agrícola. No entanto, as medidas indicam um passo firme para recuperar mercados e fortalecer a agricultura local.
Esse cenário deve incentivar os produtores a aumentarem a área plantada de soja, já que a redução das tarifas melhora a rentabilidade da cultura. Com clima favorável, a expectativa é que a produção possa ultrapassar o patamar de 50 milhões de toneladas, considerado anteriormente um teto.
Impacto da sobra de farelo e biocombustíveis no comércio internacional
O mercado global de farelo de soja enfrenta um excesso de oferta, impulsionado por maior processamento para atender à demanda por biocombustíveis. Cerca de 70% da soja processada vira farelo, usado principalmente na alimentação animal, e 30% vira óleo.
As misturas obrigatórias de biocombustíveis em países como Brasil e Estados Unidos aumentam o consumo de soja para produção de óleo, fazendo com que o farelo sobrante precise ser exportado em maior volume.
Os estoques de farelo de soja para a safra 2025/26 deverão atingir 18,6 milhões de toneladas, segundo o USDA, uma marca recorde para a commodity. Isso cria um cenário competitivo e pressão por preços mais baixos no mercado internacional.
Com a expansão da produção, o Brasil espera crescer 31% na oferta de farelo nos próximos cinco anos. Como o mercado interno não consegue absorver tudo, o aumento das exportações é considerado essencial para manter esse ritmo.
Em meio à sobra de farelo, países como Argentina ganham vantagem com tarifas reduzidas e logística eficiente perto dos portos, pressionando concorrentes como Estados Unidos e Brasil a buscar alternativas para manter seus clientes.
Esse cenário global desafia os exportadores a ajustar preços e melhorar sua competitividade para garantir espaço no mercado.