A Apple reduzirá produção na China de forma significativa em 2025, como parte de uma estratégia para diversificar sua cadeia global de suprimentos e mitigar riscos geopolíticos. Em paralelo, a empresa anunciou que irá adquirir mais de US$ 19 bilhões em chips produzidos nos Estados Unidos, consolidando sua dependência da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), que está expandindo suas operações no estado do Arizona.
A decisão da Apple de reduzir a produção na China reflete a crescente tensão comercial entre Washington e Pequim, agravada pela possibilidade de novas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, que é pré-candidato às eleições de 2024. Durante a teleconferência de resultados do 1T fiscal, o CEO Tim Cook destacou a estratégia da empresa de fortalecer suas bases produtivas fora da China, com ênfase na Índia.
Expansão nos EUA e destaque para a Índia
A Apple reduzirá produção na China e transferirá parte relevante da montagem de iPhones para a Índia, que já representa 14% da produção global da empresa, segundo dados de 2023. A expectativa é que esse percentual ultrapasse 25% nos próximos anos. A citação à Índia quase igualou a menção à China na conferência, ilustrando a nova prioridade da gigante de tecnologia.
Paralelamente, os US$ 19 bilhões em chips dos EUA virão principalmente das fábricas da TSMC no Arizona. Essa aquisição está alinhada com o CHIPS and Science Act, que incentiva a produção doméstica de semicondutores. A TSMC deve operar seis unidades no estado nos próximos anos, produzindo chips para iPhones e Macs.
Menor dependência da China e resposta ao China Plus One
A Apple reduzirá produção na China não apenas como resposta às ameaças tarifárias, mas também para se alinhar à estratégia do setor de tecnologia de diversificar geografias produtivas. Conhecida como “China Plus One”, essa abordagem visa reduzir vulnerabilidades em cenários de conflito comercial, pandemias ou gargalos logísticos.
Com a produção na Índia crescendo, o país asiático se fortalece como polo industrial. O governo indiano tem oferecido subsídios e criação de zonas de exportação específicas para eletrônicos. Fabricantes como Foxconn e Pegatron, parceiras da Apple, também ampliam sua presença na região.
Transformação na cadeia de suprimentos global
A Apple reduzirá produção na China como parte de uma mudança maior que atinge todo o setor de tecnologia. Além da Apple, empresas como Samsung, Dell e HP também avaliam deslocar parte de sua produção para regiões como Vietnã, México e a própria Índia. A nova geografia industrial busca evitar interrupções e manter a competitividade.
Essa reestruturação reflete não apenas preocupações com custos, mas com segurança nacional, controle de tecnologia e estabilidade de fornecimento. Para a Apple, significa aumentar sua resiliência, proteger margens e responder às exigências regulatórias dos EUA.
Impactos nos consumidores e perspectivas futuras
Ao mesmo tempo em que a Apple reduzirá produção na China, analistas observam possíveis impactos na logística e nos preços finais dos produtos, principalmente durante a transição. No entanto, a expectativa é que os ganhos de eficiência e menor risco de interrupção de fornecimento superem esses desafios.
A longo prazo, a Apple planeja tornar a Índia uma base produtiva tão robusta quanto a China foi nos últimos 15 anos. O movimento também fortalece a imagem da marca em relação à sustentabilidade e ao apoio a cadeias de suprimento éticas e diversificadas.
Além disso, a aquisição de chips nos EUA fortalece a indústria americana de semicondutores, gerando empregos e reduzindo a dependência de fornecedores asiáticos. O investimento de US$ 19 bilhões pode representar um marco histórico na relação entre gigantes da tecnologia e governos em prol da segurança estratégica e industrial.
💰 Descubra as ações que vão pagar os melhores dividendos em 2025. Baixe o relatório agora!
Apple reduzirá produção na China
A confirmação de que a Apple reduzirá produção na China e comprará US$ 19 bilhões em chips nos EUA simboliza um novo capítulo para a cadeia de valor global. A ênfase na Índia e nos Estados Unidos mostra uma Apple mais focada em estabilidade política e fiscal, enquanto continua a oferecer produtos de alto desempenho. Trata-se de um reposicionamento estratégico que poderá inspirar outras multinacionais a seguir caminho semelhante.