O estrategista Michael Wilson, do Morgan Stanley, emitiu uma recomendação que pode surpreender parte dos investidores globais: ele acredita que o momento é ideal para comprar ações dos EUA. A orientação vem na esteira do recente rebaixamento da nota de crédito norte-americana pela Moody’s, que levou os rendimentos dos títulos de 10 anos acima do patamar crítico de 4,5% e gerou uma queda imediata nos futuros do S&P 500.
Rebaixamento da Moody’s e impacto nos mercados
Na sexta-feira, a Moody’s rebaixou a classificação de crédito dos EUA, apontando o crescimento persistente do déficit orçamentário como fator central. Com isso, os rendimentos dos títulos de longo prazo dispararam, reavivando preocupações quanto à atratividade dos ativos norte-americanos. Ainda assim, Wilson avalia que essas preocupações são momentâneas e que uma possível correção nos preços das ações deve ser vista como oportunidade de entrada.
“Seríamos compradores de tal queda”, afirmou Wilson em seu relatório. Ele argumenta que, apesar da pressão momentânea sobre as ações dos EUA, os fundamentos continuam sólidos, especialmente diante da recente trégua comercial firmada entre Washington e Pequim.
⚠️ Faltam 11 dias! Aprenda agora como declarar seus investimentos e evite erros no IR!
Contexto macroeconômico e comercial
O rebaixamento ocorre em um momento de incerteza comercial, embora o recente acordo temporário entre EUA e China tenha aliviado parte das tensões. A retomada do diálogo entre as duas maiores economias do mundo diminui os riscos de uma recessão iminente, aumentando a confiança dos analistas em relação à estabilidade das ações dos EUA.
“A probabilidade de o mercado ignorar uma eventual fraqueza de curto prazo aumentou graças ao acordo comercial”, explicou Wilson, que passou a integrar um grupo restrito de estrategistas que demonstram confiança nas ações americanas, em contraste com a maioria que prefere ativos internacionais.
Ações dos EUA e desempenho global
Apesar de terem apresentado desempenho inferior ao de seus pares internacionais ao longo de 2025, as ações dos EUA mostraram sinais de recuperação na semana passada. O S&P 500 conseguiu apagar as perdas acumuladas no ano, impulsionado pelo notíciado acordo com a China e pelos balanços corporativos mais positivos do que o esperado.
Segundo Wilson, a temporada de resultados corporativos terminou sem grandes impactos relacionados às tarifas comerciais. Ele observa ainda um aumento nas revisões positivas de lucros, o que reforça a expectativa de novos ganhos para as ações dos EUA nos próximos trimestres.
Perspectiva para tecnologia e os “Sete Magníficos”
A opinião de Wilson também encontra eco em David Kostin, estrategista do Goldman Sachs, que espera uma retomada do desempenho superior do grupo conhecido como os “Sete Magníficos” — as maiores e mais valiosas empresas de tecnologia dos EUA. Mesmo com a queda acumulada em 2025, essas empresas continuam se beneficiando de tendências robustas de crescimento de lucro e inovação.
As ações dos EUA, especialmente no setor de tecnologia, vinham sendo penalizadas pela alta nas taxas de juros, que afeta os fluxos de caixa descontados. No entanto, com a perspectiva de que o Federal Reserve não deve elevar ainda mais os juros neste ano, o setor pode se tornar novamente atrativo.
Investidores devem aproveitar a correção
Para o Morgan Stanley, portanto, a mensagem é clara: os investidores devem comprar ações dos EUA em caso de recuo, aproveitando eventuais correções causadas por incertezas momentâneas. A combinação entre estabilização do ambiente comercial, melhora nos balanços e expectativa de juros estáveis cria uma janela de oportunidade.
Mesmo com a perda da classificação “Aaa” pelas três principais agências de rating, os fundamentos de longo prazo da economia norte-americana continuam fortes. A elevada liquidez dos mercados, a liderança em tecnologia e a resiliente capacidade de consumo da população são elementos que sustentam a tese favorável para as ações dos EUA.
💼 Modernize a gestão financeira da sua empresa. Clique aqui.
Rebaixamento dos EUA causa ondas no mercado financeiro
O rebaixamento da nota dos EUA pela Moody’s causou ondas no mercado financeiro, mas para analistas como Michael Wilson, do Morgan Stanley, trata-se mais de uma oportunidade do que de um motivo de pânico. Em sua visão, as ações dos EUA continuam sendo um investimento com bom potencial, mesmo em meio a um cenário macroeconômico desafiador.