Seguro não oferece cobertura e locadoras registram perda de 3.000 carros após enchentes no RS

As locadoras de carros no Rio Grande do Sul estão enfrentando um cenário desafiador após as intensas chuvas resultarem em enchentes por todo o estado. O prejuízo acumulado já atinge a marca alarmante de R$ 330 milhões, conforme relatado por Paulo Miguel, vice-presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), em entrevista ao UOL.

O principal ponto de preocupação para as empresas está centrado no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que ficou completamente alagado durante as chuvas. Este local servia como ponto central para a maioria dos carros das locadoras. O agravante da situação é que os veículos não possuíam seguro contra enchentes.

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“Na região do aeroporto, incluindo as locadoras do centro de Porto Alegre, estimamos que cerca de 3.000 carros foram atingidos. Considerando que o estado tem uma frota de 20 mil veículos, isso representa uma perda significativa,” explicou Paulo Miguel.

O vice-presidente da Abla ressaltou que a maioria dos carros foi perdida devido à ausência de seguro próprio para alagamentos por causas naturais, com as poucas exceções também não cobrindo esse tipo de sinistro. Muitos desses veículos estão sendo encaminhados diretamente para leilões.

Paulo Miguel detalhou que o preço médio de um carro de locadora é de R$ 112 mil, resultando em um prejuízo estimado de R$ 336 milhões. Entretanto, a expectativa é que esse montante aumente nas próximas semanas devido à perda de uma parte significativa da frota, juntamente com a drástica redução no número de clientes.

Com o principal aeroporto do estado fechado há 25 dias, ainda não há previsão para o retorno das atividades. “Com a dificuldade de locomoção, as locadoras estão prejudicadas em suas atividades, sem conseguir locar carros. Ainda precisamos apurar os carros que estavam com clientes no momento da enchente,” complementou Paulo Miguel.

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Em nota a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis  destacou que a decisão de muitas locadoras em optar por seguros mais básicos, que não incluem proteção contra enchentes, é atribuída ao alto custo das apólices abrangentes. Esse dilema levou as empresas a enfrentarem um dilema entre o equilíbrio financeiro e a cobertura de riscos.

Os prejuízos enfrentados pelas locadoras vão além da simples reposição de veículos. Com a necessidade de reestabelecer suas frotas e manter suas operações, essas empresas enfrentam um desafio adicional: o impacto nas tarifas de aluguel de veículos, que podem aumentar para compensar os custos adicionais.

Além das locadoras, todo o setor automotivo na região está sofrendo as consequências das enchentes. Concessionárias e oficinas também relataram danos significativos em seus estoques e instalações, complicando ainda mais a recuperação da indústria.

Diante desse cenário desafiador, a ABLA está buscando apoio governamental e explorando soluções para minimizar os impactos das perdas enfrentadas pelas locadoras. A entidade está engajada em dialogar com o governo em busca de medidas de apoio, como linhas de crédito especiais e incentivos fiscais, para ajudar as locadoras a se recuperarem.