No mês de dezembro, o Resultado Primário do setor público registrou um déficit de R$ 129,5 bilhões, ficando abaixo da expectativa de mercado de R$ 125 bilhões. Esse resultado contribuiu para um déficit primário acumulado em 12 meses de R$ 249 bilhões, equivalente a 2,3% do PIB. Esse déficit foi principalmente impulsionado pelo desempenho negativo do Governo Central e das Estatais, que apresentaram déficits acumulados em 12 meses de R$ 264 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente. Em contrapartida, Estados e Municípios registraram um superávit acumulado em 12 meses de R$ 17 bilhões.
Quanto ao déficit nominal do setor público em dezembro, este totalizou R$ 193,4 bilhões, também abaixo das expectativas de R$ -179 bilhões. No acumulado em 12 meses, o déficit atingiu R$ 967 bilhões, correspondendo a 9,1% do PIB. Mais uma vez, o desempenho negativo foi liderado pelo Governo Central, cujo déficit acumulado em 12 meses foi de R$ 879 bilhões, além dos déficits dos Governos Regionais e Estatais, que somaram R$ 80 bilhões e R$ 7,6 bilhões, respectivamente.
É importante ressaltar a significativa piora no resultado primário do governo central em 2023 em comparação com 2022. No entanto, uma parte substancial desse déficit, totalizando R$ 92,38 bilhões, refere-se à regularização no pagamento de precatórios. Excluindo esses pagamentos, o déficit seria de aproximadamente R$ 156 bilhões, ou 1,5% do PIB. Mesmo assim, o resultado demanda cautela devido à forte aceleração nas despesas, o que exigirá um esforço adicional do governo para aumentar a arrecadação em 2024 e cumprir a meta de déficit zero estabelecida para este ano.