Previsões indicam que o crescimento econômico da China enfrentará uma desaceleração, atingindo 4,6% em 2024 e reduzindo ainda mais para 4,5% em 2025, conforme revela uma pesquisa da Reuters. Essa tendência coloca pressão adicional sobre os legisladores para adotarem medidas de estímulo diante de desafios como pressões deflacionárias e uma crise imobiliária significativa.
De acordo com a pesquisa que consultou 58 economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) provavelmente atingiu 5,2% em 2023, cumprindo a meta anual de crescimento estabelecida pelo governo. Contudo, essa performance foi impulsionada, em parte, pelo efeito de base baixa do ano anterior, marcado pelos impactos da pandemia de COVID-19 e seus bloqueios.
Apesar desse resultado, a segunda maior economia mundial enfrenta desafios persistentes na construção de uma recuperação robusta e sustentável após a pandemia. A prolongada crise imobiliária, a baixa confiança de consumidores e empresas, o aumento das dívidas dos governos locais e o crescimento global enfraquecido contribuem para esse cenário.
Indícios recentes sugerem que a economia chinesa iniciou 2024 de maneira instável, com pressões deflacionárias persistentes e uma recuperação moderada nas exportações, que não são esperadas para gerar uma rápida reviravolta na atividade interna. Os empréstimos bancários em dezembro também apresentaram desempenho fraco.
Analistas da Swiss Life Asset Management destacam que as perspectivas econômicas da China em 2024 serão amplamente moldadas pelas condições do setor imobiliário. O governo busca reduzir o excesso de oferta acumulado nos últimos anos, alinhando a oferta com a demanda real, o que deve resultar em uma desaceleração contínua ao longo de 2024 e além.
A pesquisa revela que o PIB do quarto trimestre de 2023 provavelmente cresceu 5,3% em relação ao ano anterior, acelerando em comparação com o terceiro trimestre. No entanto, a expectativa é de um crescimento trimestral mais lento de 1,0% no último trimestre de 2023.
As autoridades chinesas estabeleceram uma meta de crescimento em torno de 5% para 2023, esperando mantê-la este ano. Diante desse cenário, há expectativas de que o governo implemente mais estímulos, com o Banco Popular da China comprometendo-se a intensificar o apoio à economia e promover a recuperação dos preços.
Apesar desse compromisso, o Banco Popular da China enfrenta desafios, já que mais crédito está sendo direcionado para setores produtivos do que para o consumo, o que pode aumentar as pressões deflacionárias. A decisão recente de manter a taxa diretora de médio prazo inalterada surpreendeu o mercado, e analistas esperam cortes na taxa básica de juros no primeiro trimestre.
Para impulsionar o crescimento, o governo pode também aumentar os gastos fiscais, complementando os 1 trilhão de yuans em títulos soberanos revelados em outubro para financiar projetos de investimento. As previsões apontam para um aumento na inflação ao consumidor, chegando a 1,0% em 2024 e aumentando para 1,6% em 2025, em comparação com 0,2% em 2023.