A sabedoria popular traduz a sina do brasileiro: vender o almoço para comprar o jantar. É o sacrifício diário imposto por um governo que, com mãos generosas, distribuiu e incentiva linhas de crédito conduzindo a um ciclo que devora o futuro.
Sob juros elevadíssimos, a bola de neve dos juros do cartão de crédito e empréstimos pessoais esmaga sem piedade. Uma verdadeira avalanche financeira impetuosa soterra mais de 70 milhões de brasileiros na inadimplência.
A nova matriz econômica brasileira parece estar estruturada para o agora às custas do futuro, alinhada com as idéias de John Maynard Keynes. Ele é o arauto da política expansionista fundamentada em déficits recorrentes, gasto desenfreado e da dívida como motor do crescimento.
O economista, reza a lenda, sugeriu que para gerar empregos e manter a economia aquecida, o governo deveria contratar pessoas para fazer buracos e outras para tapá-los. Indagado a respeito dos efeitos de longo prazo de tal política estapafúrdia, ele teria respondido: no longo prazo todos estaremos mortos. Noutras palavras, as idéias de Keynes nos conduzem a viver em um mundo no qual o governo é o grande planejador e intervencionista econômico e o povo vive à mercê da vontade da classe política.
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O exemplo mais recente deste tipo de política levada ao extremo aconteceu na pandemia. Frente às quarentenas forçadas que obrigaram o fechamento das fábricas, quebraram as cadeias de suprimentos, os governos tomaram as rédeas econômicas de seus países. O Brasil foi um dos grandes destaques neste período por ter conseguido sair comparativamente bem. Mas, tão logo a pandemia passou, os efeitos bateram à porta. A grande impressão de moeda efetuada para disponibilizar os auxílios emergenciais, os créditos para empresas numa tentativa de manter o emprego e a renda, transformou-se em inflação. Ela surgiu esmagadora. O Banco Central foi obrigado a subir os juros rapidamente para conter os efeitos na sociedade.
Nos últimos meses, sem choques externos ou domésticos as economias voltaram ao seu curso normal. A guerra comercial atual tem sido benéfica para o país.
A economia cresce em um ritmo moderado consistentemente, mas a que custas? Não parece ser dada a importância necessária a inflação que assola o Brasil principalmente a dos alimentos, não parece ser dada atenção a dívida que cresce vertiginosamente, não parece ser dada atenção aos efeitos de longo prazo que uma política econômica baseada apenas em aumento de gasto pode causar ao país.
Por isso, hoje o brasileiro vende o almoço para comprar o jantar enquanto nos corredores de Brasília não falta lagosta, nem ternos Armani, muito menos viagens milionárias em hotéis cinco estrelas. O que falta para a elite é olhar para o povo. Olhar para economia e agir baseada nos princípios econômicos mais básicos para gerar riqueza; um deles é gastar menos do que se ganha, outro é nunca contrair uma dívida a qual não se pode honrar. Assim, a estrada do crescimento é percorrida sacrificando o futuro e pavimentada pela inflação que distancia a cada passo o pobre do rico.