A desaprovação do governo Lula atingiu o maior patamar desde o início do terceiro mandato do presidente, segundo nova pesquisa divulgada nesta sexta-feira (30) pelo AtlasIntel. O levantamento, realizado entre os dias 19 e 23 de maio, captou um agravamento do humor popular após o aumento do IOF e os escândalos envolvendo fraudes em aposentadorias do INSS, abalando ainda mais a imagem do governo.
Segundo o instituto, 53,7% dos brasileiros afirmam desaprovar o governo Lula, um salto expressivo em relação aos 45,4% registrados em janeiro de 2024, quando o presidente completou um ano de mandato. Essa é a maior desaprovação do governo Lula registrada pela série histórica da AtlasIntel.
Os dados revelam ainda que apenas 45,5% da população segue aprovando a atual gestão petista, enquanto 0,7% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder. Além disso, 52,1% classificam o governo como “ruim ou péssimo”, contra 41,9% que ainda o consideram “ótimo ou bom”.
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Escândalos recentes pesam na avaliação negativa
Esta é a primeira pesquisa do instituto após duas crises de grande repercussão: a descoberta de fraudes milionárias nas concessões de aposentadorias pelo INSS e o aumento do IOF sobre seguros e previdência — medida que pegou de surpresa tanto o mercado quanto os contribuintes. Ambos os episódios contribuíram significativamente para o aumento da desaprovação do governo Lula.
As críticas à condução econômica do governo também vêm crescendo, especialmente após o anúncio de novas tarifas sobre importações e medidas consideradas intervencionistas. A percepção de desorganização e falta de transparência em decisões fiscais reforça o ceticismo de parte do eleitorado.
Reeleição em risco?
Com o avanço da desaprovação do governo Lula, as chances de reeleição em 2026 começam a ser colocadas em dúvida por analistas políticos. Apesar de ainda liderar em cenários de primeiro turno, Lula aparece atrás de potenciais adversários no segundo turno.
Na simulação contra Jair Bolsonaro, por exemplo, o ex-presidente leva vantagem com 47,7% das intenções de voto, enquanto Lula aparece com 45,7%. Já em uma disputa contra Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, o petista perde por 3,8 pontos. O cenário mais desfavorável, porém, é contra Michelle Bolsonaro: a ex-primeira-dama venceria com 49,8%, enquanto Lula teria 45,3%.
Esses números, combinados com a crescente desaprovação do governo Lula, acendem um alerta vermelho no Palácio do Planalto sobre a viabilidade de uma campanha forte para a reeleição.
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Corrupção volta ao centro das preocupações
A pesquisa também mostra uma mudança significativa nas prioridades da população. A corrupção voltou a ser apontada como o principal problema do país por 59,5% dos entrevistados — em abril, esse número era de 47%. A criminalidade, que vinha liderando o ranking de preocupações, caiu para o segundo lugar.
Além disso, 51% dos entrevistados acreditam que o atual governo tem desempenho pior no combate à corrupção do que a gestão anterior de Jair Bolsonaro. Apenas 42% acham que Lula faz um trabalho melhor nessa área.
Com uma desaprovação do governo Lula em trajetória ascendente, e diante do aumento da insatisfação popular com temas sensíveis como segurança, impostos e corrupção, o desafio político para os próximos meses será conter o desgaste e recuperar a confiança do eleitorado antes que a corrida presidencial de 2026 entre em ritmo acelerado.