Você já se perguntou como o sobe e desce do petróleo mexe diretamente no que você recebe — ou deixa de receber — de dividendos da Petrobras (PETR4)? Pois é, enquanto os preços da commodity afundam no mercado global, cresce a ansiedade dos investidores sobre o impacto direto no bolso. E os últimos movimentos nos mercados internacionais acenderam um alerta vermelho.
A começar por uma queda de 14% no preço do Brent em apenas uma semana — uma queda que não veio sozinha. O tombo do petróleo foi puxado pela decisão da Opep+ de acelerar a produção e pelas crescentes tensões comerciais provocadas pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Resultado? Uma mínima de quase quatro anos para o barril, pressionando as projeções de lucro das petrolíferas, incluindo a Petrobras.
Petrobras em um novo cenário: menos dividendos no radar?
A equipe do UBS BB, liderada por Matheus Enfeldt, foi direta: com a curva futura do Brent limitada entre US$ 60 e US$ 65 até 2027, o potencial de dividendos da Petrobras tende a encolher. Segundo os analistas, o fluxo de caixa livre da companhia deve girar entre 7% e 8% nesse horizonte. Isso significa que, para manter dividendos robustos (na casa de 11%, como muitos investidores desejam), a estatal teria que recorrer ao aumento de alavancagem.
“Não revisamos ainda nossa premissa de preço do petróleo, mas já vemos impacto relevante no fluxo de caixa disponível para dividendos da Petrobras”, destacam os analistas no relatório.
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Ações da Petrobras em queda: sinal de alerta ou oportunidade?
Apesar de um desempenho acima da média no comparativo com outros pares latino-americanos na semana passada, a PETR4 caiu 4% na segunda-feira (7). E a dúvida persiste: isso é só um ajuste momentâneo ou uma tendência preocupante?
Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 49, o UBS BB acredita que a Petrobras ainda tem fôlego — desde que o Brent se estabilize. Nesta terça-feira (8), as ações preferenciais da companhia operavam em queda leve de 0,51%, cotadas a R$ 33,01 por volta das 12h35.
Eleições e câmbio: fatores extras no radar dos dividendos da Petrobras
À medida que 2026 se aproxima, o cenário político também começa a pesar na equação. Segundo o UBS BB, o ambiente eleitoral poderá influenciar o humor do mercado e, por consequência, os rumos da Petrobras.
Além disso, o câmbio pode ser um aliado inesperado da companhia. Apesar da queda internacional no preço dos combustíveis, a valorização do dólar compensou parte desse recuo. A paridade de importação está hoje com folga: +8% para a gasolina e +2% para o diesel.
“Há espaço para corte de até 10% na gasolina e 5% no diesel, mas a Petrobras deve segurar os preços até que o cenário se estabilize”, avaliam os analistas.
A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, também reforçou essa visão: em meio à turbulência provocada pelo tarifaço global, os preços repassados às distribuidoras seguirão inalterados por ora.
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Prepare-se para dividendos mais modestos (por enquanto)
A mensagem para os investidores é clara: os dividendos da Petrobras ainda estão no jogo, mas os próximos capítulos dependem do equilíbrio entre petróleo, câmbio e política. O potencial de retorno continua atraente, mas exige cautela.
Acompanhar os desdobramentos das tarifas de Trump, as movimentações da Opep e os próximos passos da Petrobras é essencial para quem quer entender, de fato, o que esperar dos dividendos nos próximos trimestres. E se você está investido — ou pensando em investir — em PETR4, fique atento. Essa novela ainda vai render muitos episódios.