As ações da WEG (WEGE3) acumulam uma queda de cerca de 30% em 2025, levantando dúvidas entre investidores sobre se o momento representa uma oportunidade de entrada ou se ainda há espaço para novas correções. O mercado recebeu com cautela os resultados do 2T25 e os impactos da valorização do real, além da guerra comercial que afeta custos e margens da companhia.
WEG (WEGE3) negocia abaixo da média histórica
Atualmente, a WEG (WEGE3) é negociada a um múltiplo de 21 vezes P/L, abaixo da sua média histórica. No entanto, o Itaú BBA avalia que há assimetria negativa nos números, especialmente no curto prazo, e que os investidores devem esperar sinais mais claros de recuperação antes de aumentar posição no ativo.
Segundo o banco, os dados de monitoramento do setor apontam para desempenho fraco da receita externa no 3T25, com destaque para os equipamentos elétricos industriais e eletrônicos vendidos no exterior. Já no mercado interno, ainda há expectativa de crescimento, mas os indicadores de canal não confirmam melhora expressiva.
Segmentos pressionados pela valorização do real
Um dos principais obstáculos para a companhia é a valorização do real frente ao dólar. A WEG obtém cerca de 57% de sua receita no exterior, o que significa que um real mais forte reduz a competitividade e pressiona a lucratividade.
Além disso, as importações de painéis solares caíram 55% em julho, sinalizando um enfraquecimento do segmento de geração e distribuição de energia (GTD) no Brasil. Essa desaceleração pode impactar o desempenho da empresa no segundo semestre.
Recomendações divergentes
Enquanto o Itaú BBA manteve recomendação outperform (compra), com preço-alvo de R$ 54, o Morgan Stanley reiterou recomendação de venda, fixando o preço-alvo em R$ 38,60.
O Morgan aponta que a receita líquida da WEG deve crescer apenas 3% no 2S25, contra 17% registrados no 1S25. Para 2026, a projeção é de crescimento de apenas 2% ao ano, muito abaixo do histórico de 17% de CAGR entre 2010 e 2024.
Perspectivas para 2026
De acordo com o Morgan Stanley, a desaceleração deve continuar em 2026, pressionada por:
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Real fortalecido, reduzindo ganhos com exportações;
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Competição acirrada no mercado de transformadores dos EUA;
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Base de comparação difícil no segmento solar após forte entrega em 2025.
Apesar disso, o consenso do mercado ainda projeta crescimento da receita líquida de 10% em 2026. O banco, porém, alerta que essas estimativas podem ser revisadas para baixo, reforçando o cenário de cautela.